Por thiago.antunes

Rio - Uma representante da Associação Beneficente Projeto Elikya compareceu no início da noite desta terça-feira à  Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, no Centro do Rio, e disse que não havia agendamentos para tirar fotos com Papai Noel no último sábado. Os cadastros são feitos pela associação de segunda a sexta, entre 07h30 e 16h30 da tarde.  A desculpa para o cadastramento nessa associação foi apresentada pela mulher presa na última segunda-feira aos pais da menina de dois anos que teria sido abusada sexualmente pelo coronel reformado da PM Pedro Chavarry Duarte, de 62 anos, para retirá-la de sua residência.

O coronel da reserva e presidente da Associação Beneficente da PM%2C Pedro ChavarryReprodução Internet

O oficial foi foi preso no sábado, acusado de estupro de vulnerável, após ser flagrado com a criança nua dentro do seu carro, em um estacionamento próximo à favela onde a menina mora com seus pais. 

Ao ser presa ontem, a suspeita afirmou que pegou a criança na casa dos pais, na noite de sábado, na comunidade Uga Uga, em Bonsucesso, porque a levaria na associação para fazer um cadastro que garantiria vaga para tirar fotos com o Papai Noel. Anualmente, o Projeto Elikya cadastra cerca de 1.500 crianças para tirar fotos no natal com Papai Noel e ganhar presentes. 

A polícia disse que uma outra contradição foi apresentada pela mulher presa. Cerca de 1 hora após levar a criança da casa dos pais, ela voltou à residência na comunidade e disse que precisava da certidão de nascimento da criança para fazer um cadastro de fraldas na mesma associação.

No entanto, ela omitiu dos pais o verdadeiro motivo de querer o documento: conseguir retirar a  criança das mãos dos policiais militares acionados para a ocorrência. Aos PMs ela disse ainda que a mãe da criança estava presa. "Não estava presa. Estava trabalhando como manicure. Antes de sair, a mãe ainda disse para ela: cuida bem do meu 'ourinho'. A todo tempo ela tentou acobertar o coronel preso. Há várias contradições no depoimento dela", afirmou a delegada Cristina Bento, responsável pela investigação. 

Ainda em seu depoimento, a  representante da Elikya relatou  que não conhece o coronel acusado de estupro de vulnerável e que ele não tem ligação com a associação. A polícia investiga o motivo da moradora ter entregue a criança ao coronel. 

O oficial reformado continua preso preventivamente no presídio destinado a policiais militares, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. 

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