Os corpos foram colocados no meio da rua e cobertos por lençóis. Cerca de cem pessoas se posicionaram ao redor dos cadáveres os cadáveres. Um dos mais indignados era o pastor Leonardo Martins, pai de um dos rapazes mortos. Os corpos foram removidos pela Polícia Civil e levados para o Instituto Médico Legal (IML).
A Delegacia de Homicídios (DH Capital) está investigando as circunstâncias das mortes.
Até o começo desta tarde, três suspeitos haviam sido detidos e levados para a delegacia. Outro homem foi preso de madrugada, portando fuzis e pistolas.
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A ocupação foi determinada em reunião de emergência da cúpula da segurança pública do estado comandada pelo secretário, Roberto Sá, e com a participação do chefe da Polícia Civil, Carlos Leba, e do comandante da Polícia Militar, Wolney Dias.
De acordo com Sá, a operação não tem prazo para terminar e conta com policiais do Bope, do Batalhão de Choque, do 31º BPM (Barra da Tijuca), do 18º BPM (Pechincha), da UPP Cidade de Deus e agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core).
Perícia dos destroços do helicóptero
A perícia dos destroços da aeronave está sendo feita pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (cenipa) da Aeronáutica. Ainda não é possível afirmar que a queda aconteceu em decorrência da troca de tiros entre policiais e traficantes. Segundo o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, a perícia preliminar indica que nem helicóptero não foi atingido por disparos. A autópsia dos corpos realizada na noite deste sábado aponta que os policiais morreram em decorrência do impacto e não de ferimento por arma de fogo. "A documentação pertinente à manutenção da aeronave está em poder do comando da PM e está OK. Mas é muito prematuro que venhamos a falar sem a perícia da aeronáutica", afirmou.
Na queda do helicóptero morreram major Rogério Melo Costa, 36 anos, o sargento Rogério Felix Rainha, 39 anos, e o subtenente Camilo Barbosa Carvalho, 39 anos, e o capitão William Schorcht, de 37 anos, que foi levado para Resende, no Sul do Estado para ser sepultado. Os outros tiveram velório coletivo no Batalhão de Choque, no Centro antes de serem sepultados.
Anistia Internacional comenta fim de semana de violência
Em nota, a Anistia Internacional disse que os moradores relataram estar "sitiados, ilhados etemendo por horas de violência" após um fim de semana de intensos confrontos e que pode haver mais corpos ainda não encontrados na comunidade.
Segundo a Anistia Internacional, as operações da polícia seguem "padrão de alta letalidade" que resulta em centenas de mortos, inclusive policiais em serviço, todos os anos.
"A Anistia Internacional pede que as autoridades do Rio de Janeiro repensem urgentemente a política de segurança pública que está sendo implementada e adotem medidas urgentes para garantir que as operações policiais respeitem os direitos humanos e garantam a segurança de todas as pessoas."