Por luana.benedito

Rio - Lucas Resende Khalil, de 23 anos, desmentiu em depoimento o seu irmão gêmeo Matheus Resende Khalil, na tarde desta quinta-feira, no caso da família assassinada brutalmente em São Gonçalo, na Região Metropolitana. De acordo com o delegado Fábio Barucke, da Delegacia de Homícidios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), o jovem revelou que os envolvidos sabiam que Wagner Salgado, Soraya Gonçalves Resende e a filha de 9 anos, Geovanna Resende, seriam mortos. 

Irmãos Lucas Resende (à esquerda) e Matheus Resende (à direita) são suspeitos de executar uma família em São GonçaloDivulgação

Na manhã desta quinta-feira Matheus foi detido e levado para a delegacia junto com seu pai. Em depoimento, Matheus confessou o crime e contou que sua mãe, Simone Gonçalves de Resende, está envolvida no caso. Ele ainda disse que um menor de 15 anos também participou do assassinato, mas que não sabia dos planos da mãe de matar a família. 

Segundo a polícia, Lucas tentou se desfazer da arma do crime. A Justiça já concedeu mandado de busca e apreensão em quatro endereços. Em um deles, em Rio das Ostras, foi encontrado um revólver calibre 38.

A polícia investiga se a morte tem ligação com uma briga judicial envolvendo o inventário do pai de Soraya e de Simone Gonçalves de Resende, que é mãe de Lucas e Matheus. O processo, que tramita na 6ª Vara Cível de São Gonçalo, se arrasta há 20 anos.

Comissão para investigar violência contra advogados

A Ordem de Advogados do Brasil (OAB) anunciou que criou uma comissão para investigar os casos de violência contra advogados. Wagner era diretor da entidade. De acordo com Luiz Azenha, presidente da comissão da OAB, autoridades e advogados que forem ameaçados serão chamados para participar de audiências públicas no plenário, no Centro do Rio.

Azenha contou ao DIA que já foi procurado nesta semana por 13 advogados, sendo cinco mulheres, que receberam ameaças. "A comissão tem apoio da Polícia Civil. Todo crime envolvendo advogados, as delegacias vão comunicar à OAB. Uma dessas advogadas que fez a denúncia quer sair do país porque foi ameaçada pela milícia. Ela será ouvida e deve marcar audiência para abril", explicou.

Ele destacou também que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também participará desse trabalho.

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