Por gabriela.mattos

Rio - Fechado no último fim de semana, o nome "Petisco da Vila", bar tradicional de Vila Isabel, na Zona Norte, pode ser tombado. A medida foi solicitada pelo vereador Marcello Siciliano (PHS) na Câmara dos Vereadores nesta quarta-feira. Além da crise financeira, os donos do estabelecimento encerraram as atividades por causa da violência frequente em Vila Isabel.

As obras e os impasses envolvendo a utilização do Maracanã também contribuíram para o fim do Petisco, que durante muitos anos era o bar que mais vendia chope no país. Siciliano disse que o nome do estabelecimento precisa ser eternizado no bairro. "O Petisco tem uma história, é uma referência. Foi pela minha história com Vila Isabel que criei essa medida", reforçou o vereador.

Botequim no Boulevard 28 de Setembro reunia sambistas renomadosAlexandre Brum / Agência O Dia

O documento foi entregue à Secretaria da Mesa da Câmara e agora passará por um trâmite processual durante alguns dias. Caso seja aprovado, pode virar um projeto de lei e ir para votação na Casa. "Acredito que não haverá problemas. Não cria nenhum custo para a cidade e nem polêmicas. É mais um carinho com o bairro. Acredito que não terá resistência com os outros vereadores", disse Siciliano.

Greves influenciaram

Em nota divulgada “à imprensa e ao público em geral”, Amadeu Souza, filho de Manoelzinho, fundador do bar, ainda cita as frequentes greves da Uerj e do Hospital Pedro Ernesto, que ficam próximos, como motivos para a queda do faturamento, já que muitos clientes eram alunos e professores da universidade, bem como funcionários do hospital.

“A desaceleração da economia, agravada pela grave crise do nosso estado, o desemprego, o aumento dos impostos e das obrigações sociais, enfim, este todo não deixou outra alternativa senão cerrar as portas em momento que ainda permita a empresa honrar todos os seus compromissos com funcionários, fornecedores e tributos. O nosso muito obrigado a todos que nos prestigiaram ao longo de quase 50 anos”, encerrou o empresário na nota.

Inaugurado em 1969, o Petisco se autodenominava “o maior estabelecimento de comes e bebes do Boulevard 28 de Setembro”. O título aos poucos foi se confirmando, com a presença constantes de personagens ilustres da boemia carioca, como o cartunista Jaguar e os sambistas Jamelão, Neguinho da Beija-Flor e Martinho da Vila, que há três semanas comemorou por lá o seu aniversário.

Você pode gostar