Rio - O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) rejeitou, nesta quarta-feira, pedidos feitos por três réus nas operações Calicute e Lava Jato, entre eles a mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, que recebeu benefício de prisão domiciliar e deve deixar a cadeia nesta quarta-feira.
Além de Ancelmo, foram rejeitados os pedidos operadores Wagner Jordão Garcia, apontado como coletor de propina do ex-secretário de Obras Hudson Braga, e Sérgio Castro de Oliveira, que transportaria a propina para a família Cabral. Nesses três casos, os desembargadores da 1ª Turma do TRF-2 foram unânimes (três votos a zero).
Adriana Ancelmo tinha pedido ao TRF-2 para o processo da Operação Calicute, onde é ré por lavagem de dinheiro e associação criminosa, deixar a competência da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro.
A alegação de que o processo não teria dependência com a Operação Saqueador foi refutada pelos desembargadores, como sustentava o parecer da Procuradoria Regional da República da 2a Região (PRR2): "A conexão entre as ações penais das operações Saqueador e Calicute é evidente, concentrando-se os fatos apurados em ambas na organização chefiada por Sérgio Cabral, no contexto do esquema de operação das grandes empreiteiras no Rio de Janeiro, descortinado pelos elementos trazidos por executivos da Andrade Gutierrez no acordo de leniência”.
Tanto Wagner Jordão quanto Sérgio Castro de Oliveira – réus das operações Calicute e Eficiência – tiveram rejeitados pelos desembargadores os pedidos de libertação provisória ou prisão domiciliar. O Tribunal seguiu a visão da PRR2 de que essas prisões preventivas continuam legais e necessárias, seja pela importante participação deles na organização criminosa, seja porque a libertação poderia comprometer a aplicação da lei penal. O julgamento do habeas corpus em nome de Luiz Paulo Reis, outro réu da Calicute, foi adiado pelo Tribunal para a próxima sessão da 1ª Turma.