Por gabriela.mattos
Evangelista Cordeiro da Silva%2C de 71 anos%2C morreu atingido por a tiros em ManguinhosDivulgação/Rio da Paz

Rio - Morto a tiros na porta de casa, em Manguinhos, o idoso Evangelista Cordeiro da Silva, de 71 anos, será enterrado às 15h30 desta terça-feira, no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju. Segundo as primeiras informações, o homem teria sido vítima de bala perdida na Favela Mandela 2, nesta segunda-feira. No entanto, seu filho e moradores acusam a PM da morte, com um tiro na cabeça, quando entraram atirando na comunidade. A Avenida Leopoldo Bulhões foi fechada em protesto e objetos incendiados na pista.

"Os policiais já entraram atirando, não interessa quem estava na frente. Quem está na frente eles já 'metem bala', não importa se é bandido ou morador, como o meu pai hoje, que foi atingido sentado na cadeira (sic)", disse o filho, Marcelo Cordeiro da Silva, 37 anos, que trabalha como açougueiro.

Ele também acusa os policiais de tentarem forjar a cena do crime. "Ele estava caído no chão, tentaram colocar a arma na mão dele para falar que era bandido. Só que ele era trabalhador, aposentado", contou, revelando que o pai era dono de um barzinho que ficava no sobrado onde morava na comunidade. 

Protesto de Moradores na Avenida Leopoldo Bulhões após a morte de um idoso na manhã desta segunda-feira%2C vítima de bala perdida%2C no Mandela%2C em ManguinhosAgência O Dia / Severino Silva

A UPP local não respondeu sobre as denúncias dos moradores e disse somente que os policiais foram atacados quando passavam na localidade, por volta das 10h, momento em que Evangelista foi atingido.

Evangelista estaria lendo jornal na porta de casa quando foi atingido na cabeça. A PM chegou para tentar impedir o protesto na via e o policiamento foi reforçado. A Polícia Civil também esteve no local recolheu cápsulas encontradas na cena do crime e a foi perícia realizada. A Delegacia de Homicídios vai investigar o crime, mas ainda não foi dado nenhum detalhe sobre o caso.

A vítima era dona de um pequeno comércio na comunidade, onde vendia bebidas e produtos alimentícios. "Aqui era um sossego. De uns dois meses para cá começou esses tiroteios e acabou a paz", disse um morador, sem se identificar.

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