Por thiago.antunes

Rio - Um tiroteio nas comunidades da Varginha e Mandela, que fazem parte do Complexo de Manguinhos, deixou motoristas e moradores assustados na tarde desta terça-feira.

A Avenida Leopoldo Bulhões chegou a ser fechada e um grupo de pessoas ateou fogo em um ônibus da linha 634 (Bananal-Saens Peña). De acordo com a PM, a base da UPP Arará/Mandela foi atacada a tiros. Não houve feridos e o policiamento ficou reforçado na região.

O comando da UPP informou que os policiais estavam em patrulhamento na localidade conhecida como Pontilhão, quando foram recebidos a tiros por criminosos armados. Houve confronto e oito pessoas foram presas. Os agentes apreenderam 135 pinos de cocaína, 22 trouxinhas de maconha e uma pistola calibre 9mm.

O clima foi de tensão entre passageiros que utilizavam o trem, que permaneceu parado na plataforma durante o tiroteio. Por conta dos conflitos na comunidade da Varginha, o expediente na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) Sergio Arouca, ligada à Fiocruz, foi suspenso à tarde.

Indignados, moradores e estudantes publicaram nas redes sociais as dificuldades enfrentadas durante o tiroteio. “Está difícil...Nossa escola não tem segurança. Sofremos todos os dias. Tenho que me abaixar frequentemente”, publicou Millena Brasil na página ‘Fala Manguinhos’. “Estamos em guerra! Que triste tudo isso”, desabafou Ana Luiza Braz, funcionária da Fiocruz. “O terror é frequente na hora de levar os filhos para a escola”, publicou Fran Teixeira.

Na semana passada, o aposentado Evangelista Cordeiro da Silva, de 71 anos, morreu baleado enquanto lia jornal na porta de casa. Em protesto, moradores atearam fogo em objetos na Leopoldo Bulhões e o clima ficou tenso na comunidade.

A Fetranspor repudiou o ataque ao ônibus da linha 634. Somente este ano 19 coletivos foram destruídos de forma criminosa no Rio. No ano passado, 43 ônibus foram incendiados. A reposição de um ônibus pode chegar até a seis meses, prejudicando 70 mil passageiros.

?Reportagem do estagiário Matheus Ambrosio?

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