Por thiago.antunes

Rio - Em seu depoimento de delação premiada, o ex-presidente da Construtora Odebrecht, Benedicto Júnior, relatou repasses de dinheiro feitos ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, cujo codinome no Departamento de Propinas era “Próximus”.

Segundo o delator, que apresentou planilhas com os repasses detalhados, Cabral recebeu R$ 94 milhões da empreiteira. Por solicitação do então governador, a empreiteira também colaborou com a campanha de Luiz Fernando Pezão, em 2014.

Os valores destinados à campanha, segundo a versão do empreiteiro, foram de R$ 20,3 milhões, no Brasil, e de cerca de R$ 3 milhões no exterior. O depósito no exterior teria sido pedido pelo marqueteiro da campanha, Renato Pereira. “Pezão não sentou com a Odebrecht para pedir dinheiro”, disse Benedicto Júnior.

Os repasses pedidos por Cabral tiveram como contrapartida vantagens para a Odebrecht em projetos como o PAC das Favelas no Complexo do Alemão, o Arco Metropolitano, a Linha 4 do metrô e a reforma do Maracanã.

As citações a Pezão levaram o ministro Edson Fachin a pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investigue o governador por suspeita de uso de Caixa 2. O caso foi remetido ao STJ no dia 4.

Segundo a assessoria do governador, “Pezão reafirma que nunca recebeu recursos ilícitos e jamais teve conta no exterior. As doações de campanha foram feitas de acordo com a Justiça eleitoral”.

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