Rio - Se você está acima do peso e se sente mal na frente do espelho, é hora de rever seus conceitos. Prova de que beleza não é medida nem pesada na balança é o concurso vai eleger a gordinha mais bonita do Brasil. A representante do Estado do Rio de Janeiro será escolhida hoje à noite, na Feira de São Cristóvão.
Sete mil pessoas são esperadas para assistir a disputa, que reúne 20 candidatas e começa às 20h, com entrada a R$ 10.
Entre as candidatas está a bailarina Thainá Morango, de 24 anos, que veste 48 e pesa exatos 97,56 quilos. Estudante de dança na UFRJ, em maio do ano passado ela foi diagnosticada com câncer na tireóide. Sem se deixar abater pela doença, usou a dança como método de cura.
“A dança me ajudou a ficar de pé”, conta ela, que na semana passada ganhou como ‘A Gordinha mais leve’ do programa ‘Legendários’, da Rede Record. “Agora só está faltando ser a mais bela do Brasil”, brinca. “Não é pelo concurso em si, mas pela causa: não tenho que ser magra para ser linda!”, afirma, confiante.
Outra candidata é a operadora de caixa Andréia Souza, de 29 anos, moradora de Angra dos Reis, que pesa 116,5 quilos e veste manequim 50/52. “Em Angra não tem modelo plus size”, conta ela, que decidiu se tornar modelo para motivar a filha de 8 anos, que pesa 49 quilos e desistiu do sonho de ser modelo porque havia engordado. “Entrei no concurso para motivá-la. Não é porque engordou que não pode virar modelo”.
O concurso ‘A mais bela gordinha do Brasil’ reúne candidatas que vestem manequin plus size, de 46 a 60. A divisão classificatória é por idade: de 18 a 35 anos (tradicional) e de 36 a 55 anos (sênior). As vencedoras destas categorias irão representar o estado na etapa nacional do concurso que acontecerá em maio, no mesmo local.
Entre os destaques da apresentação, está a coreografia criada pelo dançarino e coreógrafo Di Santiago para a música ‘Gordinha Gostosa’, em que as candidatas terão a oportunidade de mostrar todo o gingado que possuem, que, por preconceito de muitos, se torna invisível.
Cláudia Ferreira explica porque resolveu produzir o evento: “Sou gorda! Nasci com 4,1 kg, aos 17, perdi 31 kg. Achava que ser gorda era feio e que jamais poderia ser.” Para ela, o concurso é uma forma de quebrar esteriótipos criados pela sociedade: “Queremos mostrar que a mulher brasileira é linda, e que beleza está nos olhos de quem vê. Nosso trabalho busca a real beleza, aquela brasileira que se aceita com suas curvas voluptuosas herdadas do império e suas misturas de raças”.