Por thiago.antunes

Rio - Se você está acima do peso e se sente mal na frente do espelho, é hora de rever seus conceitos. Prova de que beleza não é medida nem pesada na balança é o concurso vai eleger a gordinha mais bonita do Brasil. A representante do Estado do Rio de Janeiro será escolhida hoje à noite, na Feira de São Cristóvão.

Sete mil pessoas são esperadas para assistir a disputa, que reúne 20 candidatas e começa às 20h, com entrada a R$ 10.

‘A mais bela gordinha’ tem 20 candidatas no páreo. Classificação será nas categorias tradicional e sênior Marcelo Ávila / Divulgação

Entre as candidatas está a bailarina Thainá Morango, de 24 anos, que veste 48 e pesa exatos 97,56 quilos. Estudante de dança na UFRJ, em maio do ano passado ela foi diagnosticada com câncer na tireóide. Sem se deixar abater pela doença, usou a dança como método de cura.

“A dança me ajudou a ficar de pé”, conta ela, que na semana passada ganhou como ‘A Gordinha mais leve’ do programa ‘Legendários’, da Rede Record. “Agora só está faltando ser a mais bela do Brasil”, brinca. “Não é pelo concurso em si, mas pela causa: não tenho que ser magra para ser linda!”, afirma, confiante.

'Não tenho que ser magra para ser linda. Agora quero ser a mais bela do Brasil'. Thainá Morango%2C bailarinaMarcelo Ávila / Divulgação

Outra candidata é a operadora de caixa Andréia Souza, de 29 anos, moradora de Angra dos Reis, que pesa 116,5 quilos e veste manequim 50/52. “Em Angra não tem modelo plus size”, conta ela, que decidiu se tornar modelo para motivar a filha de 8 anos, que pesa 49 quilos e desistiu do sonho de ser modelo porque havia engordado. “Entrei no concurso para motivá-la. Não é porque engordou que não pode virar modelo”.

O concurso ‘A mais bela gordinha do Brasil’ reúne candidatas que vestem manequin plus size, de 46 a 60. A divisão classificatória é por idade: de 18 a 35 anos (tradicional) e de 36 a 55 anos (sênior). As vencedoras destas categorias irão representar o estado na etapa nacional do concurso que acontecerá em maio, no mesmo local.

'Eu amo meu corpo. Aprendi que não posso emagrecer para agradar os outros'%2C Andréia Souza%2C operadora de caixaMarcelo Ávila / Divulgação

Entre os destaques da apresentação, está a coreografia criada pelo dançarino e coreógrafo Di Santiago para a música ‘Gordinha Gostosa’, em que as candidatas terão a oportunidade de mostrar todo o gingado que possuem, que, por preconceito de muitos, se torna invisível.

Cláudia Ferreira explica porque resolveu produzir o evento: “Sou gorda! Nasci com 4,1 kg, aos 17, perdi 31 kg. Achava que ser gorda era feio e que jamais poderia ser.” Para ela, o concurso é uma forma de quebrar esteriótipos criados pela sociedade: “Queremos mostrar que a mulher brasileira é linda, e que beleza está nos olhos de quem vê. Nosso trabalho busca a real beleza, aquela brasileira que se aceita com suas curvas voluptuosas herdadas do império e suas misturas de raças”.

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