Rio - Após quase uma semana de confrontos no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, o governador Luiz Fernando Pezão voltou a dizer que precisa de ajuda do governo federal para tentar solucionar os problemas de segurança do estado. Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira, ele afirmou que precisa ter mais recursos.
"Eu tenho quatro mil policiais para serem admitidos, mas infelizmente hoje não posso. Não há recursos", lamentou Pezão, que lembrou ainda do crescente número de mortes de policiais militares no Rio. "É importante a gente não achar normal que perdemos, em quatro meses, mais de 50 policiais", reforçou.
Os intensos tiroteios no Alemão se tornaram frequentes desde a última sexta-feira, quando a PM resolveu instalar uma cabine blindada na localidade conhecida como Largo do Samba. Ao todo, quatro pessoas foram mortas.
"Eu tenho pedido permanentemente ao coronel Roberto Sá, ao coronel Wolney, que nenhuma vida vale a pena o confronto. A gente também não pode achar normal que o policial entre lá e tenha que ficar dentro de uma cabine blindada porque toda hora é alvo de tiros. Ali [no Alemão] sempre foi uma área difícil pra gente”, destacou o governador.
Terror no Alemão
Mais um jovem foi morto no Complexo do Alemão. De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), Felipe Farias foi atingido na cabeça por um disparo, na noite desta quarta-feira. Ele chegou a ser levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas são resistiu aos ferimentos. O CPP não esclareceu se o disparo que atingiu Felipe partiu de suspeitos de tráfico da região ou de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Com a ocorrência do rapaz, o Complexo do Alemão já registra quatro mortes em menos de uma semana. Um protesto foi realizado nesta noite, após o enterro do adolescente Paulo Henrique, morto nesta segunda-feira, e terminou em tiroteio e confusão.
Ainda segundo a CPP, criminosos de diversas localidades do Complexo do Alemão atiraram contra policiais e também na direção das bases nesta quarta-feira. Houve confronto. A ação aconteceu no momento em que um protesto era realizado na Avenida Itaoca, no acesso à comunidade Nova Brasília.
De acordo com a Polícia Militar, durante a manifestação, pedras e garrafas foram arremessadas na direção dos policiais, que também impediram que um ônibus fosse incendiado na via. O policiamento está reforçado por policiais de outras UPPs, batalhões de área e o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque).