Por adriano.araujo

Rio - O secretário de Segurança, Roberto Sá, disse nesta quinta-feira que vai pedir para o governo federal R$ 8 milhões para atender a área. Segundo ele, com esse recurso a pasta pagaria o Regime Adicional de Serviço (RAS), que reforçaria o policiamento de 17 áreas. Com esse dinheiro, pelo menos 1,3 mil homens seriam utilizados. O aporte também seria usado em batalhões e delegacias. Não existe prazo para o reforço dos 100 homens da Força Nacional (FN) chegar ao Rio de Janeiro.

Secretário Roberto Sá se reuniu com o general Carlos Alberto Cruz nesta quinta-feiraRafael Nascimento / Agência O Dia

Sá recebeu nesta quinta-feira no Centro Integrado de Comando e Controle do Rio (CICC) o general Carlos Alberto Cruz, secretário nacional de Segurança Pública. Cruz disse que hoje só existem 100 agentes disponíveis para o Rio, mas que outros 250 podem ser retirados de outros estados para vir para o estado.

"O Rio é muito importante e o Governo Federal tem a vontade de dar o apoio necessário. Estamos analisando o que o Rio precisa para superar esta guerra. A partir de agora vamos discutir as medidas que deverão ser tomadas", prometeu o general.

Roberto Sá reforçou o discurso com Cruz de que é necessário aumentar as penas para quem trafica drogas, armas e munições. O secretário disse que o planejamento de onde serão colocados os agentes da FN sairá hoje. "Estamos detalhando uma logística para poder definir onde ficarão os agentes. A decisão fica pronta hoje. Toda ajuda é bem-vinda, mas infelizmente é paliativa", contou.

Crise nas comunidades pacificadas

O secretário de Segurança também comentou sobre a violência crescente em comunidades com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Para Sá, o projeto foi uma tentativa "ousada demais" do governo estadual "com instrumento que tinha de segurança pública". 

"Não dispenso qualquer ajuda, mas medidas pontuais e operacionais são paliativas", disse o secretário Roberto SáRafael Nascimento / Agência O Dia

"Talvez estejamos pagando um preço caro por ter tentado levar essa experiência a essas áreas, inclusive as mais carentes. Estamos fazendo um diagnóstico das UPPs. Determinei que a inteligência da Polícia Civil analise todas as hipóteses, todas as alternativas são possíveis", explicou.

Além disso, Sá reforçou que a diretriz é fazer um policiamento comunitário e preservar os direitos dos moradores. "O crime organizado no Brasil e no Rio perdeu com isso [com a chegada das UPPs], estão tentando atrapalhar o tempo todo a política de pacificação. As forças públicas entraram onde eles estavam presentes e, com isso, eles perderam seu lucro. Essa decisão de continuar com a UPP é uma escolha difícil. Temos que preservar vidas. Temos um crime que precisa ser enfrentado por todos nós", completou.

Reportagem do estagiário Rafael Nascimento 

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