Por thiago.antunes

Rio - Atingido no olho por uma bala de borracha nas manifestações da última sexta-feira, Itamar dos Santos, de 35 anos, espera uma cirurgia no Hospital Souza Aguiar, onde está internado desde o dia da greve geral. Filho de um Policial Militar, o carpinteiro tem quadro de saúde estável, mas ainda pode esperar dias até passar por um procedimento cirúgico.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que Itamar realiza exames de risco para verificar se uma cirurgia é viável e então fazer um agendamento. Ele não foi o único ferido nos protestos da última sexta-feira: nas redes sociais, há relatos de manifestantes atingidos não apenas por balas de borracha, como também bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

Uma delas é a jornalista Thaissa Gar, de 24 anos. Ela conta que tentava encontrar a mãe, professora do município, na Cinelândia, por volta das 17h do dia da greve. O protesto estava pacífico e ela estava cercada de idosos. De repente, uma bomba de gás de pimenta caiu na barriga da jovem. “Nem sei de onde veio. Nem vi a polícia. Não tinha violência nenhuma acontecendo. Foi assustador. Todo mundo começou a correr e meu rosto ardia demais, não conseguia ficar com o olho aberto”, contou.

Para a manifestante, houve abuso no uso de força pela Polícia Militar para conter os protestos. “Foi totalmente aleatório. Não conseguimos exercer nosso direito de manifestação”, opinou ela.

Perguntada sobre um possível excesso de força na repressão das manifestações da greve geral, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou apenas que “não recebeu denúncias sobre esta ocorrência e que procedimentos considerados inadequados devem ser formalizadas junto à Corporação para que seja feita a apuração dos fatos”.

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