Rio - As armas apreendidas na tarde desta quinta-feira no Aeroporto Internacional do Rio (Galeão) valem mais de R$ 4 milhões, informou a Polícia Civil. Ainda segundo a coorporação, o aparato bélico é vendido por 50 a 70 mil cada um no mercado do crime.
"A operação de hoje é um duro golpe nessas organizações criminosas. Elas perderam esse armamento. Vamos representar para que essas armas sejam destinadas para utilização da Polícia Civil", disse Tiago Dorigo, delegado assistente Delegacia de Roubo de Cargas.
As investigações que levaram a apreensão desta quinta começaram após a morte de um policial militar em São Gonçalo, no ano de 2015. "Essa investigação tramita há mais ou menos 2 anos. Ela começou a partir da investigação do homicídio de um PM que morreu vítima de um assalto. A partir disso, a polícia seguiu rastro da arma utilizada e descobriu essa quadrilha", contou o delegado.
Segundo investigadores, a quadrilha já pode ter trazido outros 30 carregamentos como este para o Rio. Ou seja, 1.800 fuzis. Um brasileiro que está em Miami foi identificado pela polícia como integrante da organização criminosa. A identidade do homem não foi revelada para não atrapalhar as investigações.
Resultado da operação
Durante a operação, realizada nesta quinta, quatro pessoas foram presas. Os suspeitos, que não tiveram a identidade revelada, moravam em Niterói, Jacarepaguá e na Baixada Fluminense. Dois deles eram responsáveis pelo recebimento e distribuição das armas. Já os outros dois ficavam responsavéis pelo desembaraço aduaneiro e pelo transporte do aeroporto até o galpão da organização criminosa, respectivamente.
A polícia também apreendeu mais de 60 armas de guerra, entre elas: 45 AK47, 14 AR10 e 1 G3.
'Calamidade pública'
Durante a coletiva de imprensa sobre o caso, o Secretário de Segurança, Roberto Sá, afirmou que vivemos em um Estado de calamidade pública. "Estou tomado pela emoção e pela indignação, mas tenho que parabenizar a Polícia Civil. Preciso ressaltar que a gente esta em Estado de calamidade pública, que esse policiais estão sem décimo terceiro, metas, RAS... Fato esse que não nos impediu, de por amor e vocação, todos os dias darmos respostas a criminalidade", disse.
De acordo com Roberto Sá, em 150 dias 250 fuzis foram apreendidos. Além disso, ainda segundo o secretário, o estado do Rio de Janeiro tem 60 mil mortos por ano, 80% deles por arma de fogo. "Quantas pessoa vão deixar de morrer com a apreensão desses fuzis? Isso é medida estruturante. Me sinto enxugando gelo, mas ai da sociedade se a gente nao enxugasse gelo dia após dia".
"Que país nós queremos? Não adianta achar que a Polícia todo dia vai fazer uma operação como essa. É preciso um pacto Nacional (...). Do jeito que está a legislação, os criminosos não ficam presos muito tempo e voltam a delinquir", finalizou.