Por thiago.antunes

Rio - A falta de segurança voltou a assombrar quem tem que passar pelo Centro do Rio de Janeiro, principalmente nos finais de semana. Um vídeo divulgado na página “O morador é o Centro” no Facebook, mostra cerca de 20 criminosos que saíram da Avenida República do Paraguai e seguiram pela Rua Silva Jardim, correndo em direção às vítimas e atacando pessoas que aguardavam por transporte em pontos de ônibus na Praça Tiradentes, por volta das 6 da manhã deste sábado.

Os alvos foram frequentadores de casas noturnas, motoristas de ônibus, taxistas e moradores que estavam saindo para trabalhar. Nas imagens não é possível visualizar se durante a ação ocorreu o uso de armas de fogo, mas a quantidade de assaltantes facilitou a ação, tendo em vista que o grande número possibilitou que se espalhassem pela praça.

De acordo com comerciantes da região, os assaltos voltaram a ocorrer principalmente entre o final da noite e o início da manhã, horários em que não há atuação dos agentes do Centro Presente.

Na tentativa de atrair visitantes nos finais de semana para a região, uma feira de artesanatos e antiguidades - que também reúne uma variedade de produtos e alimentos – é realizada no primeiro sábado de cada mês. As barracas ocupam toda a rua do Lavradio, chegando até a Praça Tiradentes, onde é montado um palco com atrações musicais.

Apesar da grande movimentação de pessoas, poucos policiais são vistos fazendo o patrulhamento da região. Informações obtidas pelo DIA dão conta de que o 5° BPM (Praça da Harmonia) - responsável pelo patrulhamento do trecho da Central do Brasil até Santa Teresa, incluindo parte da Zona Portuária - conta com apenas 16 policiais por dia. A Polícia Militar nega a informação, mas alegando questões estratégicas, não divulga o efetivo diário do batalhão.

Apesar do programa Centro Presente ser reconhecido por ter trazido um alento para os comerciantes da região, o empresário Roberto Ferreira, que trabalha há 20 anos no bairro, argumenta que a onda de assaltos ainda preocupa.

“Há uns 3 anos era muito pior, mas apesar da melhoria que houve ainda estamos muito longe do ideal. Reflexo disso é que pelo menos 6 lojas de instrumentos musicais fecharam as portas por conta da queda nas vendas”, lamentou. Segundo ele, donos de estabelecimentos da Rua da Carioca, estão se mobilizando para promover eventos culturais nos finais de semana, na tentativa de movimentar a região e atrair clientes para as lojas do setor musical. “O sábado, que sempre foi o dia mais forte das vendas, se tornou o pior dia para os comerciantes”, reclamou.

O empresário explicou que instrumentos brasileiros como pandeiro, cuíca, tamborim, percussão e afoxé sempre foram muito procurados por estrangeiros, mas que estes  teriam deixado de frequentar as lojas da Rua da Carioca para adquirir as mercadorias, devido aos constantes assaltos.

Segundo o 5ºBPM (Praça da Harmonia), a unidade não foi acionada para o atendimento da ocorrência exibida no vídeo. No entanto, a Polícia Militar verificou que houve uma variação na mancha criminal devido às ações implementadas na Lapa e irá empregar, a partir de amanhã, das 4h às 7h, de sexta a domingo, um policiamento específico na região para "evitar que tais ações criminosas voltem a ocorrer".

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