Por rodrigo.sampaio

Rio - O comerciante Paulo Sérgio de Barros começou, em 1984, a administrar um bar em Santa Teresa, na região central do Rio, e em mais de 30 anos sofreu dois assaltos. Em 2017, esse número foi superado em apenas uma semana e a clientela noturna do bar desapareceu.

"Fui assaltado três vezes em sete dias. Em um sábado, em uma terça e no outro sábado. De seis meses para cá, a coisa desandou", conta ele. "Estou fechando 18h30, 19h porque os assaltos ocorriam após as 20h. Em função disso, meus clientes foram embora. Então, não tenho mais o faturamento da noite".

O Bar do Serginho, como é conhecido pelos moradores, foi um dos pontos de encontro de um protesto realizado neste sábado para chamar a atenção para a sensação de insegurança em Santa Teresa. Manifestantes se concentraram em diferentes pontos do bairro e iniciaram caminhadas em direção ao Largo dos Guimarães para um ato, às 15h.

Tradicional pelo seu vibrante carnaval de rua, o bairro reuniu seus principais blocos na manifestação: Carmelitas e Céu na Terra, e também a Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast).

Um dos diretores do Carmelitas Renan Cepeda defendeu a necessidade de mais policiamento, mas disse também que é preciso combater os problemas sociais na origem da violência, como a desigualdade social e a corrupção.

"Muitas vezes estamos aqui tomando uma cerveja, fazendo um lanche e chegam dois caras e levam tudo de todo mundo. Será que é o policiamento que vai resolver?", questiona Renan, que já foi assaltado duas vezes no bairro.

A Polícia Militar afirmou que o 5º Batalhão patrulha o bairro concentrando esforços nas áreas onde há maior incidência de crimes. A Polícia afirmou que o comando do batalhão está à disposição da comunidade para diálogo e convidou moradores e comerciantes a apresentarem suas demandas ao Conselho Comunitário de Segurança do bairro.

"A Policia Militar vem, mês a mês, perdendo recursos humanos e materiais. Nossa mobilidade tem sido comprometida, dificultando o serviço preventivo", diz nota da corporação, fazendo referência à crise por que passa o estado do Rio de Janeiro.

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