Rio - O estado do Rio de Janeiro terá uma força-tarefa para atuar na área social, em uma parceria entre os governos federal, estadual e municipal. A intenção é reduzir os índices de criminalidade e violência. Este foi o resultado da reunião desta segunda-feira, no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, entre ministros do governo Temer e secretários estaduais. O governo federal está avaliando a declaração de situação de emergência social para o Rio, para agilizar a liberação de recursos.
A reunião no Rio teve a participação dos ministros do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra; do Esporte, Leonardo Picciani; o secretário estadual da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo; além da presidente do RioSolidário [instituição de programas sociais ligada ao governo estadual] e primeira-dama do estado, Maria Lúcia Horta Jardim.
Um grupo de trabalho criado com representantes dos três níveis de governo vai definir, em uma semana, os programas que serão priorizados. De acordo com o secretário Cristino Áureo, até sexta-feira (9) será elaborada uma proposta com informações sobre orçamento e do aproveitamento de programas que já foram utilizados ou que, por causa da crise financeira, estão funcionando precariamente. O secretário acrescentou que esta análise é importante para estabelecer a participação do governo federal.
Emergência social
Algumas medidas já estão em estudo, como a concessão de recursos do Programa Bolsa Família para famílias que tenham jovens participantes de programas de capacitação da tecnologia da informação e em programas esportivos. Além disso, está em avaliação a criação de situação de emergência social, associada à questão da violência. A ideia com esta medida é diminuir a burocracia para a liberação dos recursos.
O ministro Osmar Terra afirmou que o Rio está com sérios problemas, por isso, é necessária uma operação articulada na área de segurança. Acrescentou que vai trabalhar em Brasília na análise das informações e dos pedidos apresentados pelos governos estadual e municipal e ver o que pode ser feito de forma mais urgente. “A União trabalha a ideia de criar um estado de emergência social associada à questão da violência, para trabalhar a burocracia, facilitando repasses”, disse o ministro.
Na área do esporte, segundo o ministro Leonardo Picciani, a força-tarefa vai atuar com os ministérios da Saúde e da Educação. Para o ministro, o trabalho não pode ficar concentrado apenas no município do Rio. “É importante que a gente não limite essa ação apenas à cidade do Rio de Janeiro, que a gente estenda para a Baixada e para os demais municípios da Região Metropolitana. O esporte é uma importante ferramenta, sobretudo de atração dos jovens, para fazer com que ele possa buscar um outro caminho, que não seja o do crime”, apontou.
Na visão do secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, Pedro Fernandes, a ajuda do governo federal vem em um momento de dificuldades para o Rio. “A carência de programas sociais gera violência, evasão escolar, entre outros problemas sérios. Tenho certeza que essa parceria vai ajudar a complementar o trabalho da segurança pública, em um momento delicado em que vivemos, em um esforço conjunto de todos os poderes”, indicou.
A força-tarefa das ações sociais vai complementar o plano de segurança, anunciado nesta segunda-feira, pelo presidente Michel Temer, em reunião no Palácio do Planalto com ministros, o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Marcelo Crivella e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).