Rio - Quatro mil concursados aguardam pela convocação para o curso de formação de soldados da Polícia Militar, desde 2014. De acordo com o subchefe administrativo da corporação, Coronel Márcio Basílio, 589 candidatos já passaram por todas as etapas da admissão e podem ser chamados. No entanto, segundo o militar, ainda é necessária uma autorização do governo do estado para a convocação. O assunto foi debatido, na tarde desta quinta-feira, durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
“A incorporação desses candidatos é de extrema importância para a PM. Precisamos completar o nosso efetivo, mas essa decisão não cabe a nós. Cabe ao governador decidir a quantidade de contratações e o prazo para elas aconteçam”, disse o coronel.
Segundo dados da corporação, seriam necessários R$ 96 milhões para garantir a convocação de todos os quatro mil aprovados. Para o deputado Paulo Ramos (PSol), presidente da comissão, com a aprovação do Plano de Recuperação Fiscal pela Alerj, o momento é propício para solucionar a questão.
“O Governo do Estado caminha para uma recuperação financeira, então essa é a hora de rever as prioridades. Dentre elas, a segurança pública. Precisamos encerrar a angústia desses candidatos”, afirmou.
Os deputados Flávio Bolsonaro (PSC), Martha Rocha (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa e Bruno Dauaire (PR) também estiveram presentes na reunião. Representantes da secretarias de Estado de Segurança Pública e da Fazenda (Sefaz).
Incerteza para os aprovados
O desemprego, a falta de perspectiva e problemas com a empresa responsável pelo concurso foram objeto de protesto dos concursados, que também fizeram uma manifestação em frente ao Palácio Tiradentes. De acordo com Roni Rodrigues, que aguarda pela convocação, o Governo do Estado precisa valorizar aqueles que estão dispostos a assumir cargos na Polícia Militar.
“Quem, hoje, está disposto a fazer concurso para ser soldado da PM? Não é qualquer pessoa que tem a disposição de sacrificar a própria vida para servir a sociedade. A responsabilidade pela Segurança Pública é do governador e a demora causa prejuízos diretos para todo o estado”, pontua.
Concursos têm validade estendida
Para garantir que a crise financeira não prejudicasse a convocação dos concursados, a Alerj incluiu, em novembro do ano passado, uma emenda no projeto que reconheceu o estado de calamidade financeira prorrogando a validade dos concursos já realizados, enquanto a crise durar. A emenda foi feita pelo deputado Paulo Ramos.
Além dessa medida, os deputados incluíram na última terça-feira (06/06) outra mudança no projeto que formalizou a entrada do Rio no Regime de Recuperação Fiscal dos Estados, obrigando o Estado a convocar os candidatos aprovados. Essa medida, no entanto, ainda aguarda sanção do governador.