Rio - Dezenas de amigos e familiares se reuniram na tarde deste sábado, no cemitério Vila Rosali, em São João de Meriti, para enterrar o corpo de Derly Cruz Peixoto, merendeira de 76 anos, morta de forma brutal após ter sido atingida por um veículo em fuga na sexta-feira. Ainda muito abalada, a família de Derly não quis falar com a imprensa. A neta, Letícia de Oliveira, de 14 anos, que presenciou o acidente, estava bastante emocionada e cercada de amigos.
Entre os presentes estavam Irani Oliveira, de 71 anos, e Maria Xavier, de 81 anos, vizinhas de Derly. Moradoras da Pavuna há mais de 40 anos, elas contam que está cada vez mais difícil conviver com a violência no Rio. “A Derly era da paz, a gente sentava na frente da casa pra conversar no fim de tarde. Foi muito cruel o que houve com ela”, contou Irani.
Derly morava na Pavuna há mais de 20 anos, na Alameda Pai Benedito, a poucos metros do local onde faleceu. Ela e a família tiveram a rotina alterada por causa da violência na região. Há cerca de um ano, Leticia foi assaltada. Para dar mais segurança, a avó passou a levá-la até o ponto de ônibus, de onde a menor pegava a condução para ir ao colégio, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Em seguida, a merendeira pegaria o ônibus para o Centro do Rio, de onde entrava em outra condução para chegar ao local de trabalho, o Colégio Metodista Bennett, no Flamengo, na Zona Sul.