Por luana.benedito

Rio - Adair Antônio dos Santos e Monique Rocha de Lima Santos, sócios da rede de casas de festas Enlace e Enlace Kids, poderão pagar com o próprio patrimônio os clientes lesados com o fechamento da empresa, após o pedido de falência da empresa no dia 25 de abril. É que o Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) pediu a responsabilização pessoal da dupla, em uma ação civil pública protocolada nesta terça-feira.

Fachada da Enlace Kids em Irajá%2C na Zona Norte do RioReprodução Internet

A ação pede a concessão de liminar autorizando o arresto em uma conta bancária dos réus, assim como a apreensão de um imóvel e de 25 carros — sendo seis deles da marca Chrysler. O objetivo da medida, segundo a defensora pública Patrícia Cardoso, que coordena o Nudecon, é reunir bens e recursos que possam garantir as indenizações.

"Também fizemos um pedido de pagamento de indenização por danos morais individuais e coletivo, bem como por dano material. Com esta ação, os consumidores não precisam entrar com ações individuais, pois todos serão beneficiados com a sentença favorável", explicou a defensora.

No dia 1º de junho, Adair se entregou à polícia e foi encaminhado para a unidade prisional José Frederico Marques, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Contra o homem foi cumprido um mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Criminal de Madureira.

Na ocasião, o empresário gravou um vídeo, enviado ao WhatsApp do DIA (98762-82248), pedindo desculpas aos clientes da Enlace. "Em primeiro lugar, eu queria pedir perdão a vocês, amigos, fornecedores e parceiros, em especial à minha família, por todo o transtorno causado", disse.


Empresa tinha festas agendadas até 2020

Segundo o delegado Luiz Rodrigues da Silva, o grupo Enlace tinha festas agendadas até 2020. Os clientes afirmavam que o grande diferencial da rede era o preço baixo e as condições de pagamento. 

Cartaz de promoção da Enlace KidsReprodução Internet

No entanto, tantas promoções preocupavam os funcionários da empresa. "Eu estava desconfiado, porque estavam acontecendo várias festas com o valor promocional de R$ 1.999. Ele só tem duas unidades próprias, as outras ele pagava aluguel", afirmou Robson Gurgel. 

O supervisor que trabalhava na Enlace desde 2004 disse que não recebia o salário desde outubro do ano passado. "O dono da empresa me deve R$ 16 mil. E eu não sou o único, outros funcionários estão há muito tempo sem receber", relatou o supervisor ao DIA.

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