Rio - O Ministério Público denunciou à Justiça ontem nove policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) do 16º BPM (Olaria), por recebimento de propina durante operação na Cidade Alta dia 2 de maio. Os policiais estão presos desde sábado.
Um vídeo em que um dos acusados de tráfico presos na Cidade Alta afirma ter feito pagamentos a policiais do 16º BPM (Olaria) em troca de proteção foi determinante para a investigação. A gravação foi exibida ontem pelo ‘RJTV’, da TV Globo e está em posse do Ministério Público. “Os polícia que fechou (sic), mano. Pra deixar tipo ‘tranquilão’ lá dentro”, diz em trecho da gravação.
O vídeo foi feito logo após o traficante ter sido preso, mês passado, em uma operação na Cidade Alta. Ainda na denúncia, o traficante Carlos Alberto de Assis Farias, conhecido como Cachoeira diz que os agentes acobertaram outros criminosos. “O trato feito é que eles falou que ia entrar...o cara falou que ainda ia dar um fuzil pra ele ainda, um fuzil pra eles apresentar, falou que entrou lá, pá, não pegou corpo, não pegou nada”, disse Carlos.
O Ministério Público também já interrogou o comandante do batalhão, tenente-coronel Benevenuto Santos. Nele, o oficial esclarece o motivo de ter feito a transferência de nove sargentos logo após a operação na Cidade Alta. Benevenuto “tomou conhecimento que o traficante Cachoeira estava insatisfeito com o insucesso da invasão porque tinha pagado uma certa quantia em dinheiro a policiais do batalhão em troca de auxílio a ele e seus comparsas no plano de retomada da Cidade Alta”, disse.
O coronel também afirmou que observou que nas últimas três tentativas de invasão da comunidade essa mesma equipe sempre estava de serviço. Ontem, a Polícia Militar divulgou uma nota em que diz que “não hesitará em punir, com todo o rigor da legislação vigente, os policiais militares acusados de envolvimento com o crime organizado, caso sejam declarados culpados pela Justiça”.