Rio - Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), fez duras críticas ao governo Pezão durante entrevista a rádio CBN nesta quinta-feira. O presidente da Alerj afirmou que, caso o acordo de recuperação fiscal não seja homologado, o Rio terá apenas duas alternativas: intervenção federal ou impeachment do governador.
"Há uma constatação de uma pessoa que se elegeu através de muitos companheiros e companheiras no estado todo, mas já se elegeu com um equívoco, que eu não estava na assembleia, não percebi, que foi aquele aumento, quase que uma fraude eleitoral, em junho de 2014, onde chegou-se a aumentar a folha de pagamento em 70% e esqueceu que, na Constituição de 88, tem a isonomia para aposentados e pensionistas. Depois veio a crise do petróleo, veio a queda da arrecadação, mas o outros estados procuraram de uma forma ou de outra a se ajustar", disse.
O presidente da Alerj acusou Pezão de ser "despreparado" e garantiu que alertou o governador sobre a situação do estado desde o início.
"Eu alertei a ele ainda no mês de março de 2015 , de que era preciso cortar despesas, era preciso ter austeridade, era preciso tomar uma solução para uma concessão de aguá mantendo uma estatal forte na área de produção. Hoje você perde entre 35% a 40%, entre o que se produz no Gandu até chegar à casa do consumidor. É muito melhor você fazer a concessão das distribuições, teriam bilhares de empresas no mundo interessadas em fazer, sete, oito, dez lotes para não concentrar na mão de uma só, fazer investimento, gerar emprego, botar bilhões no caixa, quando fica correndo atrás do governo federal para poder pegar de R$ 3 bilhões. É uma incompetência total. É um governo muito despreparado, começando pelo governador, e isso avança muito quando não tem comando".
Quanto as discussões para a assinatura do acordo de ajuste fiscal, Picciani seguiu com as críticas e afirmou que Pezão é incompetente nas negociações, não sabe argumentar com o governo federal e não tem força política. Ele acredita que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e a bancada federal poderão ajudar nas negociações.
"O governo federal não está cumprindo a sua parte, e falta tudo no governo do estado. O Rio de Janeiro não pode ser tratado assim. Ele estava preparado para defender Piraí e não estava para o estado do Rio. Mas isso não significa que as forças politicas do Rio não devam se movimentar. Eu faço um apelo nessa carta ao presidente Rodrigo Maia".
Picciani afirmou ainda que há indícios de crime de responsabilidade fiscal e que falta transparência por parte do governo do estado. "Estamos falando de contas de gestão. Um dos itens que eu cito é o não repasse nas datas aos Poderes. Mas só agora tenho isso escrito", disse o presidente da Alerj.