Rio - Milhares de latas de sardinhas que seriam entregues em escolas da rede pública do Estado de São Paulo foram parar nas mãos de vendedores ambulantes dos trens do Rio de Janeiro. A carga foi roubada de um caminhão na Avenida Brasil, na altura de Irajá, na noite da última terça-feira, e era comercializada em alto em bom som em estações do ramal de Belford Roxo da SuperVia na tarde de ontem, como flagrou O DIA.
As latas, de 850 gramas, de sardinhas conservadas em óleo, da marca Sulpesca,eram vendidas a R$ 5,00, preço bem abaixo do praticado pelo mercado. Em supermercados do Rio, uma lata de 125 gramas custa em torno de R$ 3. Os produtos tinham um aviso na embalagem que parecia não incomodar quem comprava a mercadoria: “Alimento Escolar, venda proibida”.
Segundo o registro de Ocorrência, número 918-00752/2017, da Delegacia de Roubos e Furtos do Rio, enviado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, foram roubados do caminhão 13,2 toneladas de sardinhas, que correspondem a 15,5 mil latas de 850 gramas. O boletim diz que a carga, avaliada em R$ 71 mil, pertencia à empresa Costa Marine, que tem uma fábrica em São Gonçalo e produz as sardinhas em conserva da marca Sulpesca.
O motorista do caminhão disse, no depoimento, que, por volta das 20h50 do dia 20, foi surpreendido por ocupantes de um gol preto na Avenida Brasil, antes da última agulha para pegar a Rodovia Presidente Dutra. Os assaltantes pararam o carro na frente do caminhão, obrigando-o a frear.
Um dos bandidos, então, segundo o condutor, desceu com a arma apontada em sua direção e entrou no caminhão. Ele então foi obrigado a dirigir até o Complexo do Chapadão, onde ficou em poder dos criminosos por cerca de duas horas, até que todos os enlatados fossem retirados do caminhão. A secretaria informou que não houve prejuízo para os cofres públicos, pois a carga ainda não tinha sido entregue.
Até carne fresca à venda
Os vagões da SuperVia se transformaram em ‘feira’ com vários tipos de produtos à venda, entre eles: drumet de frango, tinta para cabelo, amaciante de roupa e peças inteiras de picanha. O principal atrativo dos produtos roubados é o preço. “Comprar barato não é vergonha, é oportunidade”, diz um vendedor.
Reportagem do estagiário Matheus Ambrósio, sob supervisão de Claudio de Souza