Rio - Policiais da 11ª DP (Rocinha) prenderam, nesta quinta-feira, um dos suspeitos de invadir a Rocinha, na Zona Sul do Rio. Desde o início da manhã, PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) estão atuando na comunidade. Este é o quarto dia seguido de ações na região.
Na madrugada do último domingo, cerca de 50 traficantes de uma facção rival invadiram a favela. Por causa disso, moradores já relataram intensos confrontos no local.
De acordo com a Polícia Civil, o homem seria ligado a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, chefe do tráfico de drogas na comunidade. O alvo do bando era Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, ex-segurança de Nem e atual chefe do tráfico no local.
Segundo a polícia, Rogério 157 se tornou inimigo de Nem após se recusar cumprir uma determinação dele. Além disso, ele devolveu o controle das bocas de fumo na Rocinha.
- PM apura se policiais participaram do deslocamento de criminosos para a Rocinha
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PM apura se policiais participaram do deslocamento de criminosos para a Rocinha
A Polícia Militar abriu um inquérito para apurar a possível participação de policiais no deslocamento de criminosos do Morro do São Carlos, no Estácio, para a Rocinha, no último final de semana. Cerca de 100 criminosos entraram no horário de mudança de turno da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que dura cerca de 20 minutos.
Com posse dessa informação, eles se depararam com somente 50 PMs nas bases. Além disso, a corporação quer saber por quais vias os traficantes entraram na Rocinha e se teriam se deslocado pelas ruas da cidade sem terem sido importunados por policiais ou se já estavam na mata.
O Inquérito Policial Militar é aberto somente quando há fortes indícios de crime por parte de policiais militares. Procurado, o major Ivan Blaz, porta-voz da corporação, disse que “o objetivo é entender o que de fato houve e se algo por parte dos policiais concorreu para a tentativa de invasão”. O oficial descartou que policiais da UPP Rocinha estejam envolvidos.
“Temos como muito claros os esforços da UPP para impedir a invasão, que sabemos, não se concretizou”, completou o major Blaz. Ontem, o secretário de Segurança, Roberto Sá, voltou a dizer que houve falha na prevenção do policiamento. “Cobrei do comandante e ele está investigando qual foi a falha”, declarou Sá.