Rio - Após a derrota na Justiça do Rio, que proibiu a paralisação desta terça-feira dos rodoviários, os ônibus circularam normalmente. De acordo com a Rio Ônibus, que representa as empresas, 80% da frota estava circulando na cidade nas primeiras horas do dia, o que é considerado normal.
O Centro de operações do Rio monitorou duarnte toda a madrugada e pela manhã o funcionamento dos transportes públicos em tempo real e garantiu que a movimentação pela cidade estava regularizada.
Em algumas garagens de empresas de ônibus, funcionários e representantes da categoria que iriam aderir à greve protestaram sem impedir a saída dos veículos, além de conscientizar a categoria sobre a importância das reivindicações.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb), Sebastião José, a decisão é um atentado contra a democracia e a liberdade de expressão, prevista na constituição.
"Colocamos um diretor na porta de cada garagem mostrando que o sindicato foi até a última instância para tentar cassar a liminar, mas para nossa surpresa havia a presença da Polícia Militar com a ordem para prender quem desrespeitadas a decisão judicial. A Justiça sempre concedeu liminares contra as paralisações da categoria, apenas limitando o número de veículos na rua, já que se trata de um serviço público, mas jamais, em 37 anos de sindicalismo, houve proibição do ato. Isso é um verdadeiro absurdo. Isso vai totalmente de encontro a constituição", disse.
O sindicato entrou, nesta segunda-feira, com recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, contra a decisão que proibiu a paralisação da categoria. Segundo a Rio Ônibus, o desembargador Marcos Cavalcante manteve a proibição por considerar que o sindicato não avisou previamente às empresas e às autoridades municipais sobre o movimento, e que a paralisação causaria prejuízos à população do município do Rio de Janeiro.
Em nota, a empresa declarou que uma paralisação neste momento não contribuiria para a solução dos problemas que afetam as empresas e, consequentemnete, os rodoviários, e que está aberta ao diálogo com a categoria e as autoridades municipais.
O objetivo do sindicato é reivindicar por ajuste salarial e da cesta básica, além de protestar contra demissão em massa dos funcionários e o pagamento dos salários atrasados (incluindo o 13º e cesta básica).
Na última sexta-feira, a Rio Ônibus, sindicato das empresas do transporte, entrou com um pedido para barrar o movimento, alegando que a paralisação era “abusiva”.