Rio - A ex-governadora do estado, Rosinha Garotinho, disse que a greve de fome do marido, Anthony Garotinho, é um ato de desespero. "Quando ele fala em jejum por um período indeterminado, eu entendo que é um ato de quem está isolado, se sentindo perseguido e amordaçado", afirmou Rosinha em entrevista ao SBT Rio nesta segunda-feira.
Garotinho enviou uma carta, na última quinta-feira, à direção do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para anunciar que está em greve de fome por tempo indeterminado.
"Eu acho que uma pessoa que fica tanto tempo sem falar e sem ouvir, é uma pessoa que deve estar se depriminda", comentou. Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), informou que Garotinho não aceitou as refeições nesta segunda-feira, mas passa bem.
Garotinho denunciou as agressões e pediu para fazer um retrato falado do agressor que disse ter visto. No entanto, ele ainda não foi autorizado a fazer a descrição.
"A Seap pertence a que governo? O secretário já trabalhou com o Cabral e trabalha com o Pezão que é do mesmo grupo", disse Rosinha. "A quem interessa não reconhecer o rosto do retrato falado que o meu marido quer fazer? E ninguém dá o direito dele fazer. É muito estranho."
Sobre as acusações e futuro na política
O casal foi preso sob a acusação de integrar esquema de arrecadação de propina, com direito a braço armado e acordo político com o Partido da República (PR), para garantir eleições da legenda. O grupo JBS teria irrigado a estrutura com contrato fraudulento de R$ 3 milhões.
"O que estão imputando a nós é um crime de caixa 2. Não tem nenhum político preso no Brasil por crime eleitoral de caixa 2, só a gente. Um suposto crime eleitoral, que não nos deu o direito de defesa e não teve julgamento", comenta. Sobre o futuro na política, Rosinha não descarta, mas disse estar decepcionada e que o marido é um político nato.
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'Nós servimos à população e não nos servimos dela. O que estão fazendo com a gente é calar o Garotinho justamente deixar inelegível, deixarmos sem ação política e pior nos impedir de denunciar a corrupção", finalizou.