Rio - Sob forte comoção foi enterrado na manhã deste domingo no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste, o corpo do subtenente reformado da PM Ubijarara Pereira dos Santos. Ele foi morto durante uma tentativa de assalto com reféns ao banco Santander, em Madureira, na Zona Norte, na última sexta-feira.
Ubirajara tinha 59 anos, era casado e deixou três filhos. Durante o velório, que contou com cerca de 50 pessoas, parentes e amigos lamentavam a morte trágica do policial, "que dedicou sua vida no combate à violência". O PM reformado estava na agência quando os quatro suspeitos anunciaram a tentativa de assalto que culminou com 36 pessoas reféns. Houve uma intensa troca de tiros e o subtenente acabou sendo baleado. Socorrido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, na Penha, não resistiu e acabou morrendo. Além dele, o líder do bando Luiz Antônio Benjamim da Silva também morreu.
De acordo com investigações da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, o roubo ao banco Santander da Rua Maria de Freitas, em Madureira, na Zona Norte do Rio, foi arquitetado dentro da Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, Bangu 3, no Complexo de Gericinó. Segundo o delegado Phelipe Cyrne, que investiga o caso, os quatro bandidos envolvidos na ação estavam presos juntos, e assim planejaram toda a ação durante o período em que cumpriam pena por outros crimes. Tudo começou quando Luiz Antônio Benjamim da Silva chamou Jailton Machado de Oliveira, Salmo Sizinho Ramaldes da Rocha Marques, Renato de Siqueira Ferreira para cometerem o crime.
Os quatro bandidos não dividiam a mesma cela, mas se encontravam diariamente durante o banho de sol e durante as partidas de futebol dentro complexo penal. No começo deste ano, após os quatro receberem liberdade, eles decidiram que cometeriam o primeiro crime juntos. Moradores de São Gonçalo, Bangu e Barros Filho, os criminosos se encontraram em Madureira, por volta de 15h, e seguiram a pé até o banco.
Como eles entraram na agência
A Polícia Civil já sabe como os quatro criminosos entraram na unidade bancária com quatro pistolas e três revólveres. Por volta das 15h, os suspeitos se encontraram no calçadão de Madureira e seguiram a pé até a agência. Assim que chegaram na unidade bancária, os suspeitos se apresentaram como policiais e teriam mostrado um falso mandando para os seguranças do local. Assim que foram autorizados a entrarem, sem passar pelo detector de metais, o líder dos bandidos ficou no primeiro andar e os outros três subiram para o segundo andar. Foi nesse local que eles anunciaram o assalto.
Houve uma confusão e começaram os disparos. A DH tenta entender quem atirou primeiro. Se teria sido os bandidos, os seguranças do banco ou o subtenente reformado. As imagens das câmeras de segurança já foram recolhidas e a especializada tem até dez dias para concluir o inquérito. Os quatro bandidos têm mais de 40 anotações criminais.