O carro em que Marielle e o motorista foram assassinados no local do crime. A simulação será feita hoje -  Ernesto Carriço
O carro em que Marielle e o motorista foram assassinados no local do crime. A simulação será feita hoje Ernesto Carriço
Por MAX LEONE

Rio - Um homem que passava no local logo depois do assassinato de Marielle Franco e de seu motorista, na noite de quarta-feira, no Estácio, diz que foi o primeiro a prestar socorro à assessora de imprensa da parlamentar. Segundo ele, que pediu para não se identificar, ela chorava muito e tinha acabado de sair do carro. Estava coberta de sangue, mas sem ferimentos de bala. De acordo com o homem, duas mulheres teriam presenciado o crime e informado que os autores dos tiros que mataram Marielle e Anderson estariam em um carro que emparelhou com o da parlamentar. Elas, no entanto, não identificaram o modelo, nem anotaram a placa.

"Quando cheguei e fui ajudar a assessora, havia duas mulheres na calçada, que disseram que viram um carro emparelhar com o veículo em que a vereadora estava e que os tiros foram disparados com os veículos em movimento, que teria fugido pela pista da direta da Rua Joaquim Palhares, virando à direita logo depois. Foi tudo muito rápido", afirmou.

A testemunha que ajudou no socorro relatou que vinha em seu automóvel e quando passou pelo trecho da Joaquim Palhares, no cruzamento com a Rua João Paulo I, percebeu o veículo da vereadora parado na pista da esquerda, perto da entrada do posto de vistoria do Detran. Ele viu a assessora parada fora do carro e resolveu voltar para ajudá-la. Contornou e voltou por baixo do viaduto, passando em frente ao prédio da SulAmérica.

"Quando cheguei perto da assessora ela estava fora do carro, não tinha noção do que havia acontecido. Perguntei se estava ferida e ela, que estava chorando muito, disse que a Marielle tinha sido baleada. Aí é que eu percebi o que estava acontecendo. Acionei a PM, que levou uns dez minutos para chegar", relatou o homem, ressaltando que a ambulância dos Bombeiros demorou pelo menos meia hora até chegar ao local.

O homem disse ainda que saiu do Santa Bárbara, vindo da Zona Sul, e tinha passado pelo Sambódromo. Em seguia foi em direção ao Estácio, por volta das 21h. Ele imagina que os assassinatos tenham ocorrido poucos minutos depois, em torno de 21h05.

Segundo o homem, a assessora estava muito abalada e só dizia que Marielle costumava ir no banco da frente do carro ao lado do motorista. Mas, que naquela noite, decidiu ir atrás, juntamente com ela.

"(A assessora) me disse que estavam revisando uma matéria. E que de repente só ouviu os tiros que acertaram a vereadora e o motorista. Não houve anúncio de assalto", lembrou o homem depois da conversa com a assessora.

Ainda conforme a testemunha que ajudou no socorro, quando os PMs chegaram um dos policiais isolou a área em que o carro foi deixado, na pista da esquerda da Avenida João Paulo I. Ele ainda indicou aos policiais que as mulheres que teriam assistido o crime, exatamente quando disparos foram feitos.

O homem contou que passou pelo Hospital Central da PM, a pouco mais de 300 metros do local, e que havia duas viaturas na subida do Morro do São Carlos.

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