Rio - Internautas condenaram, nesta quinta-feira, comentários agressivos e que 'comemoraram' a notícia da morte da vereadora Marielle Franco (Psol), morta na noite de quarta-feira no Estácio, região central do Rio. Entre as postagens, está a do advogado Rodrigo Mondego, que compartilhou um momento vivido com a parlamentar para falar da importância dos Direitos Humanos.
"Diversos fascistas estão comemorando e/ou debochando da morte da companheira Marielle Franco. Assim como falam de todos nós militantes dos Direitos Humanos, estão falando que ela mereceu morrer porque ela era "defensora de bandido". Resgatei um pedido que fiz para ela em 2014, quando ela era coordenadora da comissão de DHs da Alerj, e me chegou um pedido de ajuda da família de um policial morto. Ela não só prontamente atendeu o pedido, como pediu para eu dar até o telefone pessoal dela para a família ligar o quanto antes. Na CDH ela deu encaminhamento e orientação jurídica e psicológica para a família do agente morto. A comissão que ela coordenou foi o único órgão do Estado que atendeu aquela e diversas outras famílias de policiais mortos", escreveu Rodrigo na publicação. O compartilhamento tentou desmistificar a ideia de que os direitos humanos são utilizados para defender bandidos, argumento de diversos usuários das redes sociais.
Em outro texto que circula na Web, uma internauta também explica os fatos. "Aos que estão comemorando a morte de Marielle Franco, dizendo que teve o que mereceu porque foi morta pelos bandidos que defendia, vamos lá.Ninguém defende bandido, você que é burro pra ***. O que pessoas como ela fazem é defender uma vida digna para pretos, pobres e favelados. É defender que cada um possa ter acesso a uma vida de qualidade sem ter que se sujeitar ao tráfico ou qualquer outro tipo de crime. Por isso participava de projetos que tentavam elevar a vida dessas pessoas que, pra sociedade, está fadada ao fracasso. Entender a raiz do problema e tentar poda-la, não é defender bandido", diz parte do texto. A publicação já foi compartilhada mais de 5 mil vezes.
Segundo resolução da Organização da Nações Unidas (ONU), os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. O termo foi estabelecido em 1945 em meio ao forte lembrete sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial.