Multidão se reuniu no Centro do Rio durante o velório da vereadora e do motorista, de manhã e à noite - Guilherme Prado/ PSOL
Multidão se reuniu no Centro do Rio durante o velório da vereadora e do motorista, de manhã e à noiteGuilherme Prado/ PSOL
Por O Dia

Rio - Manifestantes se reuniram em frente à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em um ato de repúdio a morte da vereadora Marielle Franco, morta na noite da última quarta-feira, no bairro do Estácio, região central do Rio. O protesto também contestou "o genocídios contra negros" no Rio e no Brasil.

Aos gritos de "Justiça", os manifestantes pediram que a morte da vereadora não fique impune. Segundo a organização do evento, os participantes do ato saíram da frente da Alerj às 18h e seguiram pela Rua da Assembleia em direção a Câmara Municipal, onde retomaram a vigília. O ato acabou por volta das 22h30.

Mais cedo, a filha de Marielle protestou contra a morte da mãe em uma publicação nas redes sociais. "Matarfam minha mãe e mais 46 mil eleitores! Nós seremos resistência porque você foi luta! Te amo", escreveu. 

Marielle Franco, de 38 anos, foi assassinada por volta de 21h30 desta quarta-feira, no Estácio, Centro do Rio. O motorista, Anderson Pedro Gomes, 39, que guiava o carro, também foi morto. Marielle voltava de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, quando um carro parou ao lado do veículo de seu motorista na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, e dois bandidos dispararam, fugindo em seguida.

Segundo o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, nenhuma linha de investigação está descartada, apesar de indícios apontarem para a execução. "Nós vamos dar uma resposta rápida a esse crime que atenta contra a democracia", prometeu.

Protestos pelo País

Em São Paulo, um grupo de cerca de 100 manifestantes já se aglomerava no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), por volta das 16 horas, para protestar contra os assassinatos. "Marielle, presente!", gritam os manifestantes.

Ato em repudio a morte de Marielle aconteceu em outras cidades do país. Na foto, ato em São Paulo - Reprodução internet

Estão presentes militantes do PSOL, com bandeiras que representam o feminismo, coletivos feministas, integrantes do sindicato dos professores do Estado, a Apeoesp, entre outros apoiadores. Policiais militares acompanham o ato a distância.

Não havia bloqueios na via até as 16h30. "Este ato é para mostrar que não vamos desistir da luta de Marielle. Não vão calar a nossa voz. A luta da Marielle se faz presente", disse um dos manifestantes, no microfone.

Em Salvador, cerca de 2 mil pessoas entre estudantes, professores, representantes partidários ligados à esquerda e participantes do Fórum Social Mundial realizaram na manhã desta quinta-feira um ato de protesto na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Com gritos contra a intervenção federal e pela luta dos negros no Brasil, os manifestantes seguiram pelas ruas com cartazes e faixas.

A representante da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa (Amped) Maria Luiza Süsssekind disse que "é triste ver como se matam pessoas". "Precisam investigar o que aconteceu com clareza. Estamos aqui por Marielle e pelo motorista." O professor da UFBA Francisco Pereira destacou a importância de se esclarecer o crime.

"Não se pode sair matando pessoas que lutam pelas causas justas. Que tem coragem de expor o lado em que estão." Os organizadores do ato são representantes do grupo Povo Sem Medo, que surgiu em 2016.

"Que fique claro que não estamos aqui somente por Marielle, mas pelos negros lutadores e batalhadores, pelas perdas dos trabalhadores neste regime, pelo motorista também assassinado e contra essa farsa da intervenção no Rio de Janeiro", afirmou Vitor Aicau, membro do movimento Povo sem Medo. Também participaram da passeata a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o vereador de Salvador Hilton Coelho (PSOL).

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