Marielle foi assassinada no dia 14 de março de 2018 - Reprodução
Marielle foi assassinada no dia 14 de março de 2018Reprodução
Por O Dia

Rio - Famosos e intelectuais usaram as redes sociais para lamentar a morte da vereadora Marielle Franco (Psol). A ativista de direitos humanos, de 38 anos, e o motorista dela, Anderson Pedro Gomes, foram brutalmente assassinados, na noite desta quarta-feira, no Estácio, na Região Central do Rio. 

Marielle nasceu e foi criada no Complexo da Maré. Era socióloga e foi eleita vereadora da Câmara do Rio, em 2016, com 46.502 votos. Foi a quinta candidata mais votada na primeira eleição que disputou. Aluna do Pré-Vestibular Comunitário da Maré, ela cursou a PUC-Rio com bolsa integral.

Depois de se formar, a vereadora fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). A militante se apresentava como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”. Ela deixa uma filha de 19 anos.

Em vídeo, Caetano Veloso publicou uma homenagem em forma de música. Ele interpretou sua música "Estou Triste". Já Elza Soares, disse em publicação que lhe faltava voz. "Chocada. Horrorizada... Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos!", escreveu a cantora. 

O autor de novela, Walcyr Carrasco, relembrou o histórico de lutas e a origem da vereadora. "Mulher, negra, defensora dos direitos humanos. O assassinato da vereadora Marielle Franco é uma tristeza, uma revolta. Como podemos permitir mortes como esta no país?", lamentou. A filósofa Djamilla Ribeiro disse estar de luto. "Estou sem palavras hoje, meu peito dói, não consegui dormir, estou cansada de ver a gente ser escudo", desabafou a intelectual. 

 

RJ Alerj 17h SP MASP 17h BH prç. Estaçao 17h RECIFE C.municipal 16h

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Vamos transformar a nossa dor na luta que ela travava! Apesar do medo, vamos adiante! #intervençãoéfarsa

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Marielle. mulher. negra. lésbica. ativista. queria ter te dado mais que um voto. queria ter te abraçado e sentido sua força. falamos por mensagem esses dias, sobre o seu artigo no Le Monde. “espero que goste”, você disse, “o novo sempre vem!!!”. e eu respondi que a admiração do lado de cá era grande. e disse pra seguirmos juntas, fortes. mas queria ter dito olhando nos seus olhos, também. você ainda tinha tanto pra consertar por aqui. obrigada pela sua força. obrigada pela sua luta pela paz, contra a corrupção, a favor de um mundo mais igualitário e justo. hoje li a seguinte frase de valter hugo mãe: “aquilo que há de mais valioso deve ser um direito de toda a gente e distribuído por graça e segundo a necessidade.” acho que era nisso que você acreditava. e é por isso que, mesmo devastados com tamanha brutalidade, vamos seguir lutando aqui. que esse assassinato seja investigado incansavelmente, com toda seriedade. e que os familiares e amigos próximos, também os do motorista Anderson Pedro Gomes, tenham muita força pra seguir adiante. descanse em paz.

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Eu não sei o que pensar ou dizer. Chegamos a outro fundo do poço. Uma mulher negra, LGBT, da Maré, mãe, vereadora, foi executada. Nove tiros no sonho de uma sociedade mais justa. Eu conheci a Marielle, votei nela. E por tê-la como minha representante me sinto obrigada a lutar por justiça. Eu, como cidadã, me sinto obrigada a estar presente hj na Vigília que acontece a partir das 11h na Cinelândia. Independentemente da sua ideologia política, partidária, precisamos nos unir hj para cobrar justiça. Não podemos ter medo, não podemos deixar que a consternação nos impeça de sair à rua e cobrar justiça; precisamos tentar sobreviver. Não podemos nos ausentar. Algo tem que acontecer. Eu peço a todos que puderem ir que compareçam aos atos de sua cidade. Eu vou estar aqui no Rio desde as 11h na vigília na Cinelândia. Quando a injustiça vira regra, a resistência é dever.

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Nada, nada justifica tamanho horror. Uma mulher de coragem, uma guerreira. #mariellefranco

Uma publicação compartilhada por Maria Fernanda Cândido (@mariafernandacandidooficial) em

 

De Márcia Tiburi O Rio de Janeiro tem sido usado para “dar exemplo” por todos aqueles que se colocaram como donos do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro. O assassinato de Marielle Franco significa matar muita, mas muita coisa em nós. É uma morte aviltante de alto impacto simbólico que cancela a vida de uma guerreira admirável, aquela pessoa que a gente queria ver na política, em todos os lugares, o tempo todo. Que a gente queria pra vereadora, para senadora, para deputada, para prefeita e, um dia, para PresidentA. A morte de Marielle Franco nos atinge afetiva e politicamente. Marielle era uma das pessoas mais admiráveis que conheci e com quem tive a alegria de conviver. Sua morte estarrece quem a amava e mostra a indignidade e abjeção de seus algozes, sacerdotes de um sistema que não quer saber o que é o direito à vida e à cidade. Tudo o que ela representava. Marielle representou o que há de mais digno e sempre foi emocionante em sua luta, em sua trajetória, em seu modo de ser. Seu assassinato é uma prova da abjeção governamental e se insere na política de terror de Estado que atinge a todos. Mas atinge sobretudo o povo da favela, marcado pra morrer. Ela é escolhida nesse momento pelo sistema de opressão para confirmar o genocídio do povo negro. Para silenciar quanto ao lugar das mulheres negras na política. Marielle Franco fazia desse mundo um lugar menos horrível. O Rio de Janeiro nesse momento dá a prova do pior dos horrores de uma política genocida. #MarielleFranco presente

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Mais uma voz calada pela violência. #tristeza #indignacao #mariellepresente

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