Marielle Franco - Divulgação
Marielle FrancoDivulgação
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros na noite desta quarta-feira no Rio, era cotada para concorrer como vice-governadora na chapa de Tarcísio Motta, pré-candidato ao Governo do Estado. Quinta mais votada nas eleições de 2016 na cidade do Rio, a nova parlamentar já possuía uma longa história na luta direitos humanos, da população das favelas e das mulheres negras. Com a sua morte, Babá assume o seu lugar na Câmara Municipal. 

O outro nome cotado além de Marielle para ser vice de Tarcísio é o da professora de História Talíria Petrone, negra e feminista. Ela foi a vereadora mais votada na cidade de Niterói nas últimas eleições municipais.

'É alguém querendo dar recado', diz Tarcísio Motta

O vereador Tarcísio Motta voltou a falar sobre a morte de Marielle no Instituto Médico Legal (IML), na manhã desta quinta-feira. Ele disse que a morte da sua companheira de trabalho na Casa Legislativa tem fortes indícios de execução. 

"Estamos todos muito consternados, é um atentado à democracia da cidade. Marielle era companheira de luta, uma amiga, meu gabinete é ao lado do dela, nós fizemos campanha juntos. Estamos aqui hoje para ajudar e viver esse dia em que vamos nos despedir da nossa companheira, reafirmar nossos princípios de luta e cobrar uma apuração rigorosa da polícia para investigar quem fez isso. Todos os indícios apontam para uma lógica de execução. Queremos cobrar e entender os motivos que levaram isso para que nunca mais aconteça", falou, muito emocionado. 

Marielle tinha saído de um evento com mulheres negras na Lapa e voltava para casa na Tijuca quando foi atacada. O motorista que a levava também acabou morto e uma terceira pessoa que estava no carro ficou ferida por estilhaços. Tarcísio falou novamente que não havia conhecimento de ameaças que a vereadora sofria, mas destacou que ela lutava por pautas que mexiam com muitos interesses. 

"Não tínhamos nenhuma ameaça relatada ou que tínhamos conhecimento. É obvio que quando enfrentamos poderosos, o sistema que está aí há muito tempo, é isso que acontece. Independente de qualquer coisa, queremos a apuração sobre quem são os responsáveis e qual a motivação. Qualquer que seja o motivo, é inaceitável esta execução, seja de vereador ou qualquer outra pessoa. As pautas que ela defendia poderiam ameaçar interesses. Isso que aconteceu é alguém querendo dar recado, mas não vamos nos calar, ninguém vai nos calar", disse.

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