Rio - A Delegacia de Homicídios (DH-Capital) ouve nesta terça-feira depoimentos de pessoas ligadas à Marielle Franco, assassinada a tiros no Estácio, na Região Central do Rio. No ataque, o motorista Anderson Gomes também acabou morto.
Entre as pessoas que devem ser ouvidas estão o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), com quem Marielle trabalhou na Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa do Rio antes dela ser eleita vereadora. Ele e a companheira de vereadora, Mônica Tereza Benício, chegaram à delegacia por volta das 11h20.
A investigação também quer ouvir novamente a assessora que estava no veículo em que Marielle e o motorista foram mortos, mas sobreviveu e é testemunha-chave do caso.
Trinta e sete denúncias sobre mortes de Marielle e Anderson
O Disque-Denúncia recebeu, até o início da noite desta segunda-feira, 37 ligações com informações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes. Todas as pistas, que podem ajudar na investigação, estão sendo passadas para a Delegacia de Homicídios (DH-Capital).
As investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes se debruçam na análise de antenas de celulares, rastreamento de câmeras e levantamento sobre carros roubados nas últimas semanas.
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Nesta segunda-feira, os investigadores receberam os relatórios das 26 antenas de celulares que ficam na região onde o carro com a vereadora circulou. São mais de 200 mil celulares que estavam na área no momento do crime, de cinco operadoras diferentes. "Através do direcionamento, será possível saber quais celulares estavam parados na rua dos Inválidos por duas horas. Mesmo que o criminoso tenha destruído o telefone, já temos o registro", afirmou um investigador.
Um protesto está marcado para a tarde desta terça-feira em homenagem à Marielle Franco. A manifestação convocada para hoje no Centro tinha 22 mil participantes confirmados pelo Facebook nesta manhã. Organizado pela Frente Povo sem Medo, o ato será às 17h, na Candelária, e contará com ato inter-religioso. "Mostraremos que a sua luta resiste e multiplica-se contra a militarização, genocídio do povo negro e pela vida das mulheres", descreveu o evento.
Marielle Franco foi executada quando passava de carro em uma rua do Estácio, Região Central do Rio, após deixar um evento com mulheres negras na Lapa. No ataque, o motorista Anderson Gomes também acabou atingido e morto.
Imagens das câmeras de seguranças que haviam no trajeto feito por Marielle ao sair do evento na Lapa mostram que a vereadora estava sendo seguida por pelo menos dois veículos da cor prata. O atirador estava em um Cobalt prata, cuja placa é conhecida, mas estava clonada. O outro, um Logan, teria dado cobertura ao crime. A execução ocorreu no Estácio.
A polícia descobriu que as munições que mataram a vereadora e o motoristasão de lotes vendidos para a Polícia Federal do Distrito Federal em dezembro de 2006 pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC).
As polícias Civil e Federal trabalham em conjunto para investigar quem teve acesso às cápsulas. Em nota, as corporações informaram que "foi instaurado inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime."