Rio - A Delegacia de Homicídios (DH) ouve, nesta terça-feira, depoimentos de duas pessoas ligadas à Marielle Franco: Mônica Tereza Benício, viúva da vereadora, e uma assessora do Psol e amiga pessoal da parlamentar. O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), que acompanhava as declarações das duas na especializada, reforçou, que a amiga e companheira de partido, não recebeu ameaças de morte.
"Marielle foi fruto de uma vingança, de uma vingança que chegou sem ameaça. Uma vingança muito brutal e inaceitável, uma interrupção da democracia. Tentaram calar a Marielle. Só que não sabiam quem era a Marielle e o mundo está respondendo", afirmou o parlamentar.
Freixo declarou que acredita que o caso será solucionado. "Nossa ansiedade é muito grande. O crime contra Marielle é um crime contra a democracia. A gente não tem a menor dúvida disso. Então, esse caso tem que ser esclarecido. Isso não significa que a vida dela valha mais do que a de qualquer pessoa, mas é um caso que pode estar colocando várias outras pessoas em risco. E quando afronta a democracia, o estado tem que responder. A investigação está sendo feita. A gente não vai achar que o caso vai ser resolvido no tempo da nossa angústia", completou.
O deputado estadual ainda lembrou do ato ecumênico que acontecerá na Candelária, no Centro do Rio, às 17h. "Hoje é o dia das muitas Marielles aparecerem em praça pública para rezar por Marielle. Não é à toa que essa jovem negra, que nasceu na favela da Maré e superou tantas coisas, chegou ao ponto que chegou."
Freixo ainda disse que Monica "está muito abalada" com o assassinato da companheira e pediu para que a arquiteta seja preservada pela imprensa. Marielle Franco foi assassinada a tiros na última quarta-feira, na Região Central do Rio. No ataque, o motorista Anderson Gomes também acabou morto.
Trinta e sete denúncias sobre mortes de Marielle e Anderson
O Disque-Denúncia recebeu, até o início da noite desta segunda-feira, 37 ligações com informações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes. Todas as pistas, que podem ajudar na investigação, estão sendo passadas para a Delegacia de Homicídios (DH-Capital).
As investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes se debruçam na análise de antenas de celulares, rastreamento de câmeras e levantamento sobre carros roubados nas últimas semanas.
Nesta segunda-feira, os investigadores receberam os relatórios das 26 antenas de celulares que ficam na região onde o carro com a vereadora circulou. São mais de 200 mil celulares que estavam na área no momento do crime, de cinco operadoras diferentes. "Através do direcionamento, será possível saber quais celulares estavam parados na rua dos Inválidos por duas horas. Mesmo que o criminoso tenha destruído o telefone, já temos o registro", afirmou um investigador.