26/03/2018 - E/D Rosani Abreu e outros pais de alunos matriculados em escolas particulares da Tijuca , fizeram um ato  próximo à Praça Afonso Pena, na Tijuca. Eles reclamam que seus filhos vêm sendo vítimas da ação de uma gangue de assaltantes que age nas ruas do bairro. Foto de Maíra Coelho / Agência O Dia. Cidade , Violência, Crime, Segurança, Falta, - oto de Rosani Abreu/ Divulgação
26/03/2018 - E/D Rosani Abreu e outros pais de alunos matriculados em escolas particulares da Tijuca , fizeram um ato próximo à Praça Afonso Pena, na Tijuca. Eles reclamam que seus filhos vêm sendo vítimas da ação de uma gangue de assaltantes que age nas ruas do bairro. Foto de Maíra Coelho / Agência O Dia. Cidade , Violência, Crime, Segurança, Falta,oto de Rosani Abreu/ Divulgação
Por JONATHAN FERREIRA

Rio - Pais de alunos matriculados em colégios particulares nas proximidades da Praça Afonso Pena, na Tijuca, denunciam que os jovens estão sendo alvo de gangues que agem livremente na região. O caso mais grave ocorreu na última sexta-feira, quando diversos relatos de assaltos na praça foram publicados em redes sociais. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em janeiro deste ano foram contabilizados 135 roubos de rua, na área atendida pela 18ª DP (Praça da Bandeira), delegacia mais próxima do local dos ataques. O número representa aumento de 25% na prática criminosa na região em comparação ao mesmo mês de 2017.

De acordo com os responsáveis pelos alunos, que se reuniram nesta segunda-feira para cobrar segurança no bairro, as gangues seriam formadas adolescentes, que agiriam em grupos de pelo menos 20 pessoas. A dona de casa Paula Ferreira, de 45 anos, contou que o seu filho, de 15 anos, já foi roubado quatro vezes quando voltava do colégio. “Na última vez, ele foi abordado por criminosos em uma bicicleta. Ele fica com medo de vir para o colégio, mas prefere que eu não venha buscá-lo. Ele está tentando vencer o medo”, contou. Segundo ela, os assaltantes costumam se reunir por volta do meio dia, na Praça Afonso Pena. Em alguns casos, os supostos criminosos utilizam uniforme de escola pública para despistar a polícia.

Os estudantes dos cerca de 10 colégios que funcionam na região estão se mobilizando por meio de aplicativos de troca de mensagens para se organizarem para sair em grupo a fim de evitar os assaltos. A economista Jaqueline Duarte, 54, contou que o filho, de 16 anos, foi atacado junto com colegas de classe, na última quarta-feira, após deixar a aula de educação física, realizada no Clube Monte Sinai. “Ficamos reféns. Os alunos perderam o direito de ir e vir”, lamentou. Ela revelou que orienta o filho a sempre sair acompanhado de outros colegas por medo da violência.

O analista de sistemas Marcelo Mereb, 57, disse que o filho foi alvo de uma gangue, na sexta-feira, mesmo estando acompanhado de outros sete colegas de classe. “Um grupo com 20 jovens abordou os estudantes. Meu filho chegou a levar uma rasteira e machucou a mão ao cair. Pagamos impostos, trabalhamos para auxiliar no desenvolvimento do país, mas não há segurança para os nossos filhos saírem da escola”, reclamou.

Um estudante, de 15 anos, contou que os assaltantes praticam as ações sem o uso de arma de fogo. “Na sexta-feira, quando passei pela praça, tinha um grupo com 20 jovens. Um deles correu atrás de mim, se colocou na minha frente e pediu o meu celular. Trocamos empurrões, chegamos a rolar no chão, mas consegui escapar”, lembrou o jovem, assustado. O advogado Marco Antonio Macillo, de 54 anos, afirmou que os criminosos agem com a sensação de impunidade. A filha dele, de 14 anos, teve o celular roubado por criminosos em uma moto, no ano passado, ao caminhar em direção ao seu curso na Praça Saens Peña. "Minha filha ficou traumatizada. Temos que sair do trabalho para acompanhar os nosso filhos. A insegurança é muito grande. Não vemos a presença da PM”, criticou. A jornalista Rosani Abreu também cobrou maior presença policial nas ruas. "Os nosso filhos não são culpados pela crise. Eles precisam do mínimo de segurança", exigiu.

26/03/2018 - Os pais de alunos matriculados em escolas particulares da Tijuca fizeram um ato próximo à Praça Afonso Pena, na Tijuca. Eles reclamam que seus filhos vêm sendo vítimas da ação de uma gangue de assaltantes que age nas ruas do bairro. Na Foto: vitimas Foto de Rosani Abreu/ Divulgação . Cidade , Violência, Crime, Segurança, Falta, - oto de Rosani Abreu/ Divulgação

A Praça Afonso Pena conta com uma cabine da PM. No entanto, os pais dos alunos reclamam da falta de policiais no local. A PM informou que os policiais fazem rondas nas imediações e retornam para a cabine, e atendem ocorrências que porventura aconteçam na localidade. Ainda segundo a corporação, o 6°BPM (Tijuca) intensificou o policiamento na Praça Afonso Pena, e em áreas onde existem mais escolas. A PM disse, ainda, que o patrulhamento na região conta com patrulhamento ostensivo e que existe equipe de policiamento focado nos pontos onde têm colégios.

A Guarda Municipal informou que segurança pública é atribuição do estado, mas garantiu que irá intensificar as rondas na Praça Afonso Pena. A Polícia Civil disse que está investigando esses casos a fim de identificar e prender os autores dos crimes.

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