Idosa estrangulou e matou marido na Rocinha - Severino Silva / Agência O Dia
Idosa estrangulou e matou marido na RocinhaSeverino Silva / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 15ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos denunciou, nesta quarta-feira, traficantes da Rocinha. São sete os denunciados por tráfico de drogas, cujas prisões preventivas foram pedidas pelo MPRJ. Ente eles, cinco também foram denunciados pelo crime de tortura.

De acordo com a denúncia, Walison Roque Maciel, Jose Carlos de Souza Silva, Domingos Manuel de Santana Junior, Thiago Silva Mendes Neris e Luiz Carlos da Silva sequestraram e torturam um morador da Rocinha. A vítima foi retirada do ponto de ônibus, agredida, levada para a localidade do Valão e para uma casa no interior da favela, onde sofreu novas agressões e ameaças dos bandidos.

Durante a sessão de tortura, foram ouvidos barulhos de fogos de artifício, que avisavam a chegada dos policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Nesse instante, a vítima conseguiu se soltar, pular a janela e fugir pelo telhado das casas vizinhas, até encontrar uma viatura da PM.

Marcelo Muniz Neves, promotor de Justiça em exercício junto à 15ª PIP, ressalta que a vítima era um rapaz perseguido e ameaçado pelos traficantes por acharem que ele passava informações para policiais. As investigações apuraram que, além dos cinco envolvidos no crime de tortura, os outros dois denunciados fazem parte da associação criminosa. São eles: Adalberto Ribeiro da Silva e Julio Medina da Silva.

A organização criminosa

Os sete bandidos se uniram ao tráfico na comunidade da Rocinha. "Os acusados compuseram uma verdadeira sociedade, em que cada um dos integrantes atuava em tarefas específicas, perfeitamente identificadas e delineadas pelas diligências investigatórias", narra a denúncia.

José Carlos, conhecido como Gênio exerce a função de gerente geral das bocas de fumo, responsável por comandar as regiões da Vila Verde, Cachopa, Dioneia e Paula Brito. Ele é responsável por abastecer e distribuir as cargas de drogas pelas bocas de fumo, centralizar o dinheiro proveniente da venda dos entorpecentes e repassá-los para o setor de contabilidade do tráfico, prover a segurança das bocas de fumo da região, recrutar e distribuir as atividades pelos becos e vielas da localidade.

Walison, vulgo Extremista, exerce a função de vapor na localidade do Valão, atuando na venda de drogas nas bocas de fumo da comunidade. Na localidade da Vila Verde, a mesma função é exercida por Domingos, conhecido como BOS.

Thiago, vulgo Catatal, exerce a função de gerente do tráfico, sendo responsável pela proteção das bocas de fumo contra os ataques de facções criminosas rivais ou investidas policiais naquelas regiões. Também na função de gerente, Luiz Carlos, conhecido como Mudinho é responsável pela distribuição de cargas de drogas para as bocas de fumo que gerencia e pela fiscalização da venda de entorpecentes na região do Cesário, bem como controle dos vapores da boca de fumo.

Adalberto, vulgo Zoio; e Julio, conhecido como Rirritinho, exercem a função de soldado do tráfico na região da Cachopa, Cachopinha, Vila Verde e Dionéia, sendo responsáveis pela proteção dos locais.

O MP pediu a prisão preventiva dos denunciados pela prática do crime de tortura e associação para o tráfico. "Verifica-se que os crimes perpetrados pelos acusados causam enorme perplexidade na população geral e local, uma vez que se os acusados forem mantidos soltos, o sentimento de existência de máquina estatal a impedir o cometimento de tais delitos fica extremamente prejudicado", justifica o pedido de prisão.

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