O empresário carioca Eduardo Alves, 56, e um de seus 'brinquedinhos' prediletos: drone estilizado como caça, do filme Guerra nas Estrelas
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O empresário carioca Eduardo Alves, 56, e um de seus 'brinquedinhos' prediletos: drone estilizado como caça, do filme Guerra nas Estrelas Divulgação
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Criada há quatro anos na Austrália e tida como o esporte do Século 21, a corrida de drones já é sensação no Rio. A atividade, que conta com ágeis equipamentos, do tamanho da palma da mão, montados pelo competidor e sua equipe, invadiu as pistas de aeromodelismo, fazendo o velho hobby de controlar remotamente réplicas de aviões em miniaturas, que andava aterrissado com a crise, decolar novamente. Na nova onda, embarcam também os chamados drones recreativos. Eles colorem o céu fluminense com máquinas personalizadas, de diversos formatos e pesos.

"Começamos uma 'guerra espacial', do bem, entre drones e aviõezinhos", brincou o empresário Eduardo Luiz Alves, 56 anos, fanático por aeromodelismo há 40 anos. Desde 2013, ele dedica mais tempo aos drones. "Construí dez para competições, mas amo meus convencionais, caracterizados com personagens do filme Star Wars (Guerra nas Estrelas)".

EQUIPES ESPECIALIZADAS

Segundo Maurício Guimarães, 50, da Associação Carioca de Aeromodelismo, caravanas de 'voadores de drones' marcam presença em vários aeroclubes do estado nos fins de semana (endereços em www.acarj.com.br e www.cobra.org.br). Assim como a Fórmula 1, equipes têm pilotos e especialistas em mecânica, eletrônica, física e programação. "Nossa meta é ter campeonatos como nos EUA, onde patrocinadores dão prêmios de até R$ 1 milhão".

Por enquanto, nas corridas informais, os 'droneiros' têm como desafios percorrer circuitos curtos (por causa das baterias, que duram dois minutos), mas emocionantes. Neles, os equipamentos turbinados, a até 150 km/h, precisam vencer obstáculos, curvas fechadas, disparar em retas e fazer acrobacias a 30 cm do solo. "Com trocas de baterias, há até cinco etapas", explicou Marcio de Melo, 44, instrutor da Drones in Brasil, que forma pilotos e promove corridas. Os aparelhos são equipados com câmeras e possuem óculos especiais para pilotos (First Person View -FPV ou visão em primeira pessoa), em que eles se sentem como se estivessem dentro de uma cabine de avião.

Rio só perde para SP em número de aeroclubes
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O país tem 180 aeroclubes homologados na Confederação Brasileira de Aeromodelismo (Cobra) atualmente. Com pelo menos 50 entidades, o estado do Rio é o segundo com o maior número de unidades, atrás de São Paulo. Estima-se que existam cerca de 100 mil pilotos de mini aviões e drones no território nacional, onde o hobby começou em 1930.
Embora haja legislação específica, no caso dos drones, as estatísticas indicam que, dos 100 mil equipamentos espalhados pelo Brasil, apenas 4 mil são regularizados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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Luiz Fernando Aca, presidente do Clube de Modelismo Deodoro, um dos mais antigos do país, instalado em área militar, em Deodoro, na Zona Oeste, destaca que a formação de pilotos nos clubes depende do esforço de cada aluno. "Alguns são formados com 12h de aulas, entre teoria e prática", exemplificou. Só o CMD tem 35 pilotos-sócios.
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