Patrulhamento do Exército na orla da Praia de Copacabana - Foto: Daniel Castelo Branco
Patrulhamento do Exército na orla da Praia de CopacabanaFoto: Daniel Castelo Branco
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O coronel Carlos Frederico Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste (CML) e do Comando Conjunto da Intervenção Federal no Rio de Janeiro, falou sobre a atual situação da Rocinha, nesta sexta-feira. Com 12 mortes em oito dias, a comunidade "está no radar" do secretário de Segurança, general Richard Nunes, para uma ação militar. 

"Os dados estão sendo processados, a Secretaria de Segurança tem ciência. Se for o caso de operações serem desencadeadas, serão desencadeadas. Só podemos dizer que a Polícia Militar está presente na Rocinha fazendo a proteção da população", disse Carlos Frederico Cinelli. 

Nesta quinta-feira, o morador Davidson Farias de Souza, de 28 anos, morreu ao ser baleado na varanda de casa, enquanto segurava o filho no colo. Ele foi socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha, mas não resistiu aos ferimentos. 

Ao ser questionado se a Rocinha seria uma prioridade para a intervenção federal, Cinelli afirmou que "as prioridades que a Secretaria de Segurança estabeleceu contemplam a Rocinha".

"É uma comunidade emblemática no Rio de Janeiro, não só pelo tamanho mas também pela localização. Isso certamente está no radar de preocupação do secretário de Segurança e ele, em necessitando do Comando Conjunto, vai solicitar o apoio e nós vamos desencadear o apoio que for necessário. Mas em termos de vidas humanas, não há maior ou menor prioridade. Todas são importantes", disse.

Campanha de incentivo a denúncia de atividades criminosas 

O coronel Carlos Frederico Cinelli participou nesta sexta-feira, na Praia de Copacabana, de uma campanha para estimular a população a denunciar atividades criminosas. Foram colocadas três faixas na orla pedindo que a população ajude com informações que possam identificar criminosos. Uma dos cartazes está na entrada do Forte de Copacabana. No pedido está escrito: “Não basta ser maravilhosa, tem que ser segura! Por um Rio de Janeiro mais seguro, denuncie! 2253-1177 / 98849-6099”.

"Às vezes o cidadão não é um especialista em segurança pública, mas tem um sentimento de que alguma coisa está errada. Tem um carro parado ali durante muito tempo, e ele desconfia. Alguma movimentação estranha em um local. Ele liga para o Disque-Denúncia (2253-1177), manifesta o que ele está vendo e essa informação será processada. Estamos reforçando o que já vem sendo feito. O Disque-Denúncia tem uma importância muito grande", afirmou. 

Vigilância na cidade

Na manhã desta sexta-feira homens do Exército patrulhavam a orla de Copacabana e o Centro. O patrulhamento na cidade feito pelo Exército será mantido, segundo Cinelle. Ele será feito pela polícia da corporação. O trabalho, que teve início nesta semana, concentra-se basicamente em oito pontos, da Orla, da Zona Sul. Cada grupo de patrulhamento, ou "fração constituída", é composto por nove militares, sendo um sargento e oito soldados. Eles não possuem uma base fixa, isto é, estão sempre se movimentando pela região.

"O patrulhamento é dinâmico e mesclado. Com deslocamento das viaturas e também pausas estáticas em determinados pontos a critério dos comandantes de batalhão", afirmou Cinelle.

Além da vigilância em terra, há também patrulhamento aérea, com emprego de pelo menos três helicópteros do Exército. As aeronaves captam e enviam imagens para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) e para o Comando Conjunto, no Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste. Os primeiros relatórios operacionais da Polícia do Exército, feitos pelo 11º Batalhão, serão concluídos no próximo domingo. No entanto, eles não deverão ser divulgados em função do "valor estratégico e operacional", afirmou Cinelle.

 

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