Na portabilidade algumas carências não precisam ser cumpridas - Divulgação
Na portabilidade algumas carências não precisam ser cumpridasDivulgação
Por PAULO CAPPELLI

Rio - Alonga espera para calçar as chuteiras e voltar a bater bola com amigos em um campo no Lins, na Zona Norte, está com os dias contados para o aposentado José Jandir Januário, 71 anos. Com a visão tão prejudicada a ponto de impedi-lo de jogar futebol, Januário é uma das 15 mil pessoas que serão submetidas à cirurgia para tratar uma das principais causas de cegueira no mundo: a catarata. O mutirão será feito pela Prefeitura do Rio pelos próximos cinco meses.

O prefeito Marcelo Crivella liberou R$ 15 milhões para que três mil pacientes sejam operados por mês. Com isso, pretende zerar a fila de espera para quem se cadastrou no Sistema de Regulação (Sisreg) até 18 de março.

Ansioso para voltar a jogar futebol, Januário comemora: "A expectativa é enorme. Depois da cirurgia, marcada para 14 de abril, vou fazer um reforço muscular para as pernas", conta o vascaíno, que ontem vibrou com a vitória do seu time sobre o Botafogo na primeira partida da final do Campeonato Carioca. "Também não vejo a hora de voltar a ver os jogos com nitidez", diz ele, que por causa da catarata sofre para enxergar os detalhes na televisão.

"Milhares de pessoas terão a oportunidade de realizar sua cirurgia rapidamente graças a esse mutirão. Nenhuma delas vai ficar cega, deixar de ler um livro, ver televisão ou deixar de trabalhar por causa da catarata. Vamos credenciar clínicas que já trabalham para a prefeitura", afirma Crivella.

Segundo informações do município, um paciente que solicite cirurgia de catarata espera, em média, 300 dias para a primeira consulta. A operação, geralmente, não ocorre em menos de dois anos. "Daí a expectativa de todos pelo mutirão, que será realizado por clínicas da rede privada conveniadas ao SUS", completa Crivella.

Secretário municipal de Saúde, Marco Antonio de Mattos ressalta a importância da cirurgia no aspecto social dos pacientes. "Mexe com a auto-estima da pessoa, que volta a poder trabalhar, dirigir, paquerar, ler jornal. A operação é muito importante porque, na catarata, o uso de óculos não resolve o problema. Uma semana após o procedimento, que é rápido mas não deixa de ser complexo, a pessoa já volta a enxergar", diz o secretário.

Entenda a doença e a cirurgia
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Associada ao envelhecimento, a catarata afeta a parte do olho chamada cristalino, responsável pela focalização das imagens. O principal sintoma é o embaçamento progressivo da visão, o que pode levar à cegueira. A cirurgia deve ser feita, preferencialmente, nos primeiros estágios da doença. No procedimento, o cristalino é substituído por uma lente artificial.
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