Entrevista com p presidente SESC - SENAC,  Luiz Gastão Bittencourt da Silva, 55 anos, graduado em Gestão Comercial, é empresário do setor de serviços, atuando em empresas de asseio, conservação, segurança e administração presidiária. Rj, 03 de abril. - Marcio Mercante / Agencia O Dia
Entrevista com p presidente SESC - SENAC, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, 55 anos, graduado em Gestão Comercial, é empresário do setor de serviços, atuando em empresas de asseio, conservação, segurança e administração presidiária. Rj, 03 de abril.Marcio Mercante / Agencia O Dia
Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - Devolver a relevância do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para os fluminenses é o desafio de Luiz Gastão Bittencourt da Silva, 55 anos. Gestor das instituições desde dezembro, quando Orlando Diniz (preso dois meses depois pela Lava Jato) foi afastado, o petropolitano anuncia reformulação dos cursos de formação profissional e retomada de atividades essenciais. A partir de junho, projeto cultural e esportivo será levado ao Parque Olímpico da Barra e ao Parque Radical de Deodoro. Já o patrocínio ao Segurança Presente, que reforça o patrulhamento em bairros, será reavaliado.

O DIA: Que desafios o senhor encontrou no Sesc e no Senac do Rio?

LUIZ GASTÃO: A gestão do Sesc/Senac no Rio de Janeiro se desassociou do conjunto nacional. Essa desassociação é mais danosa do que alguns números de má gestão.

O que isso prejudica?

O Senac possui uma relação programática a nível nacional. Você pode começar a fazer um curso de copeiro e chegar, no final, a uma formação de gerente de hotel, passando por várias atividades de turismo e hospitalidade. O Rio vinha desassociado desse modelo. Além disso, se um aluno do Ceará se muda para São Paulo ou Salvador, não tem problema nenhum. Ele se rematricula e dá sequência à formação. Mas o Rio de Janeiro está fora desse esquadro.

O que vai mudar?

Estamos reformulando todo o modelo pedagógico e fazendo com que o Senac do Rio de Janeiro se reenquadre no cenário nacional. Também é preciso levar às unidades cursos de acordo com a vocação (regional). Na Serra, por exemplo, tem uma área muito forte não só de turismo, mas de moda. Vou fazer com que as unidades estejam mais focadas com o desenvolvimento local.

E em relação ao Sesc?

Aí temos uma atividade muito mais ampla, nas áreas de cultura, assistência, educação, esporte e lazer. Temos os principais times de vôlei feminino e masculino (patrocinados pelo Sesc Rio). Não adianta ter um time que se sobressai. Tem que associar isso a programas sociais. Arrecadamos 6,7 toneladas de alimentos nos jogos de fevereiro para cá (doados no âmbito do projeto Mesa Brasil), fora nos treinamentos. Vamos colocar clínicas de vôlei em todas as unidades. A ideia é que os atletas façam palestras e oficinas.

Muitas atividades haviam sido suspensas nas unidades. Como ficam?

Temos equipamentos esportivos lacrados há dois anos nas unidades. Já abrimos três academias de ginástica e estamos abrindo outras. Estamos refazendo as metas e retomando todas as atividades. Para isso, vamos precisar contratar pelo menos mais 50% de funcionários. Não se concebe que o Sesc do Ceará tenha o mesmo número de funcionários (cerca de 1.500) que o Sesc Rio. O Estado do Ceará representa a 12ª arrecadação do Brasil e o Rio, a segunda. Estávamos com a carreta da mulher, que faz exames de papanicolau e de mama, abandonada em São Gonçalo há dois anos. Nossas unidades móveis de odontologia estavam todas paradas, e estão voltando ao normal.

As reformulações no Sesc/Senac têm prazo?

Neste ano estamos trabalhando com uma meta ambiciosa, mas ela vai ser maior no ano que vem, porque estaremos com as estruturas melhor organizadas. Hoje atendemos (no Sesc) 6% dos comerciários do estado, em torno de 400 mil. Nossa meta é passar de 1 milhão de matriculados até o ano que vem, atingindo 30% dos comerciários do Rio.

Haverá mudança no Segurança Presente?

O Segurança Presente é um programa do governo estadual, e o Sesc é um dos patrocinadores. Nosso contrato vai até o final do ano. Estamos avaliando o Segurança Presente, levando em conta que o Rio de Janeiro passa por intervenção (na segurança). Teremos reunião com o interventor para discutir. A princípio, não queremos sair 100% do programa, mas queremos, no momento oportuno, reavaliar nossa participação dentro das finalidades da instituição. Não iremos sair do programa apenas por sair.

Que papel o Sesc vai assumir nas arenas olímpicas?

Estamos fazendo parceria com a prefeitura para levarmos atividades esportivas e culturais para jovens nessas unidades, com profissionais nossos. Também estamos buscando parceria com o estado para realizarmos essas atividades nas escolas públicas, para os alunos poderem ter um segundo turno.

Como ser um associado?

É simples, é ir na unidade (veja pré-requisitos e documentos necessários no site www.sesc.com.br). Estamos reformulando o nosso cadastro para ser totalmente digital. Vamos deixar de ter uma carteira física e ter uma carteira digital. As pessoas vão receber, por meios digitais, as atividades mais próximas.

 

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