Rio - Nada de matemática, geografia e giz rabiscando o quadro negro. No lugar das matérias tradicionais, muito bate-papo sobre prevenção às drogas, violência e o papel do policial na sociedade. No papel de professores, policiais civis do Programa Papo de Responsa da Polícia Civil. Por cerca de duas horas, alunos da 9ª Coordenadoria Municipal de Educação participaram do Programa Papo de Responsa, uma ação conjunta entre a Subsecretaria de Educação, Valorização e Prevenção (SSEVP) da Secretaria de Estado de Segurança, a Polícia Civil e a Secretaria Municipal de Educação (SME).
Numa sala de aula, o aprendizado sempre é mútuo. Alunos e professores trocaram conhecimento e experiência que só a vida ensina. Em um projeto que contempla a cidadania, a quebra de paradigmas é a principal lição a ser aprendida. “Tinha outro olhar da polícia”, disse um aluno, depois da atividade que reuniu cerca de 130 estudantes, a maioria entre 14 e 15 anos de idade, na última quinta-feira.
Assumir a responsabilidade; antes de criticar, se autoanalisar; dar e ser um exemplo para cobrar dos outros. São reflexões que os alunos levam para a casa junto com o dever de casa. “Colar na prova é trapacear o processo e temos que assumir as consequências”, disse o inspetor da Polícia Civil Rodrigo Nader, diante de olhares atentos.
Por meio de um slide, Rodrigo leu a pergunta: de onde a Polícia vem? O silêncio tomou conta e coube a ele responder: “Da nossa sociedade, de onde surgem também médicos, advogados... E em todo lugar há gente ruim e gente boa”, ressaltou, em um alerta importante contra os perigos da generalização.
A parceria entre a SESEG, PCERJ e SME foi iniciada em 2017, atendendo 96 colégios municipais, envolvendo 1.813 estudantes, e centenas de professores, diretores e policiais civis. A ação foi retomada neste ano, atendendo 246 alunos da 4ªCRE numa escola municipal de Olaria, no último dia 03 de abril. Até o fim deste ano, estão previstos mais de 15 encontros.