Rio - São incontáveis as expressões de bom dia, boa tarde, boa noite, bom trabalho e bom descanso que o auxiliar de estação mais famoso do MetrôRio deseja diariamente. Responsável pela liberação do acesso para portadores de gratuidades há cinco anos na Carioca, João Felipe dos Santos, 40, é uma das peças-chave para promover o transporte de 880 mil passageiros todos os dias. "Às vezes estamos tristes, preocupados, e isso levanta a gente. É um exemplo de amor ao próximo", elogiou a professora Sueli Figueiredo, 70, abraçando aquele que considera amigo.
Ao todo, 2.657 funcionários garantem a operação de três linhas em 58 quilômetros, 64 trens e 41 estações. Muitas curiosidades permeiam os bastidores. Quem imagina, quando o metrô para, que o condutor pode ter saído da cabine e ido consertar uma avaria? Não é tão frequente, mas acontece. "Se houver um vazamento de ar comprimido, esse cara tem que entrar debaixo do trem, identificar onde está vazando, fecha de um lado, fecha de outro, isola aquele trecho e continua rodando o trem", explicou um dos treinadores.
SEGURANÇA NO TRANSPORTE
Para um leigo, o painel negro que cobre uma parede do Centro de Controle Operacional (CCO), na Central, exibe um emaranhado de cores e figuras indecifráveis. Mas é o cérebro do sistema, de onde controladores de tráfego e o pessoal de inteligência não desgrudam os olhos de cada linha para garantir a segurança no transporte. Monitoram o deslocamento das composições, a sinalização e imagens de 1,8 mil câmeras das estações em tempo real, e podem fazer qualquer intervenção operacional. No Carnaval, por exemplo, precisaram suspender a energia da via por conta de acesso indevido de usuários.
Os 'neurônios' do CCO ficam conectados 24h por dia, porque de madrugada é preciso garantir a segurança das equipes que fazem manutenções preventivas na via. Já no Centro de Manutenção, em uma área de 60 mil m² na Cidade Nova, são feitos serviços programados nos trens.