Presos em operação foram levados para a Cidade da Polícia - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Presos em operação foram levados para a Cidade da PolíciaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - Entre os 168 presos pela Polícia Civil em megaoperação contra milicianos neste sábado, havia três soldados do Exército, um da Aeronáutica e um bombeiro militar. O chefe de Polícia, Rivaldo Barbosa, ressaltou que houve resistência dos criminosos e confronto com fuzis. O bando participava de uma festa em Santa Cruz, na Zona Oeste. Apontado como o líder do grupo, Wellington da Silva Braga, o Ecko, conseguiu fugir quando os agentes chegaram. Quatro homens que faziam a sua segurança morreram. Além dos presos, 7 menores foram apreendidos. A milícia atua na Zona Oeste e na Baixada Fluminense.

A polícia afirmou ainda que essa milícia, a maior do estado, ficou enfraquecida após a operação. "Não vamos diminuir a nossa força e vamos atuar, incessantemente, contra os milicianos. Não vamos recuar", disse Barbosa.

O grupo estava adotando práticas criminosas típicas do tráfico. Segundo a polícia, eles faziam ameaças e executavam moradores que não aceitassem regras impostas pela quadrilha. Os milicianos permitiam, ainda, a presença de traficantes em suas regiões, abrindo espaço para venda de drogas e roubo de cargas. Como contrapartida, o tráfico pagava um percentual do que faturava.

A ação contou com 40 homens da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), 27ª DP (Vicente de Carvalho) e 35ª DP (Campo Grande). Foram apreendidos 12 fuzis, 15 pistolas e quatro revólveres, além de um simulacro de fuzil. Os agentes apreenderam também uma granada, e 10 carros roubados foram recuperados.

O delegado assistente da DHBF, Fábio Salvadoretti, chamou atenção para o modo de atuação violento da quadrilha. "É um grupo de sanguinários que exterminam pessoas de bem, e suas ações em nada diferem das práticas do tráfico. Se a pessoa não paga uma taxa que acredita não ser devida, eles a executam".

Ecko é irmão de Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto em 2017, em uma operação da Polícia Civil.

"O grupo exercia ainda influência em cidades da Baixada, como Itaguaí e Seropédica, e se expandia para a Costa Verde. Essa operação vai impactar nos índices de letalidade nas regiões em que a quadrilha atuava", disse o delegado titular da DHBF, Daniel Rosa.

No evento de pagode que acontecia no Sítio Três Irmãos, alugado para a festa, os milicianos eram os protagonistas e tinham direito até a pulseiras vips. Os agentes chegaram ao local às 4h15m e foram, prontamente, 'recebidos' a tiros. "A ordem deles era atirar na polícia para proteger o chefe. E foi o que aconteceu", contou Salvadoretti. Nos fundos da casa, policiais encontraram uma escada, possivelmente usada na fuga do líder da quadrilha.

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