Patrícia Mitie Koike, de 22 anos, foi morta após ser espancada - Reprodução Facebook
Patrícia Mitie Koike, de 22 anos, foi morta após ser espancadaReprodução Facebook
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Exames constataram que a estudante Patricia Mitie Koike, de 22 anos, foi morta por asfixia. Antes de ser enforcada, ela também foi agredida pelo assassino. Namorado da vítima, o estudante de Medicina Altamiro Lopes dos Santos Neto, de 21, foi preso nesta terça-feira, em Nova Iguaçu, e é o único suspeito. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o crime.

Segundo Fábio Salvadoretti, delegado-adjunto da DHBF, o documento mostrou que os machucados no corpo vítima não foram causados recentemente e eram antigos. Como O DIA revelou, a vítima tinha ferimentos na cabeça, no pescoço, nos braços e nas pernas. "Eram lesões comuns. O laudo do IML mostrou que ele agredia sempre a vítima. Tinham hematomas recentes e outros não", afirmou o delegado.

Assim como afirmaram os médicos do Hospital da Posse, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Patricia já estava sem vida quando Altamiro foi detido. 

Altamiro foi preso enquanto dirigia com a vítima no banco do carona, em Nova Iguaçu. À Polícia Civil, ele admitiu que espancou a namorada e disse que estava tentando socorrê-la para o hospital. O suspeito teria lavado o cadáver da vítima, que tinha vários ferimentos na cabeça e em outras partes do corpo. No Hospital Geral de Nova Iguaçu, para onde foi levada, de acordo com a especializada, foi constatado que a jovem já estava morta "há muito tempo". O estudante foi autuado em flagrante por homicídio e ocultação do cadáver.

Investigadores suspeitam que ela foi mantida em cárcere privado, pelo menos, nos sete dias anteriores ao crime. Nesse período, ela teria sido agredida e dopada. Altamiro, em depoimento, disse que agrediu a namorada em uma briga iniciada após ela avisar que queria ir morar com familiares no Japão. A suspeita que ela tenha sido dopada surgiu após o relato da mãe de Altamiro, que também é médica. Ela contou que conversou com Patrícia momentos antes de ela ser morta e desconfiou que a vítima estivesse dopada, pois "não falava palavras que faziam sentido".

O casal se relacionava há cinco anos, desde a época do Ensino Médio em Sorocoba, em São Paulo. Quando Altamiro passou no vestibular para uma faculdade particular no Rio, insistiu para que a namorada viesse morar com ele em Nova Iguaçu e prometeu à família "cuidar dela". No depoimento, ele teria confirmado que os dois mantinham um "relacionamento conturbado".

Em depoimento à DHBF, os pais do rapaz disseram que o relacionamento de Altamiro e Patrícia era conturbado. Segundo os depoimentos, ambos já haviam de agredido antes e, há algum tempo, Altamiro disse a Patricia que a mataria ou cometeria suicídio se ela decidisse terminar o namoro. 

“Pode ter tido uma briga, e isso motivou a agressão. Como teria acontecido dentro da casa, não existem testemunhas, e a princípio acreditamos que ele agiu sozinho”, contou Salvadoretti. O delegado pediu ajuda de moradores ao lado da residência do casal. "Peço a vizinhos que por ventura tenham ouvido algo: procurem a DHBF para relatar isso, é importante", salientou.

A família da jovem embarcou terça-feira à noite do Japão para o Brasil. Em sua página do Facebook, o irmão de Patrícia, Lauro Hideki, disse que fará de tudo para que nenhuma outra mulher seja "vítima desse tipo de crueldade" e que a irmã era vítima de um relacionamento abusivo.

Altamiro passou por uma audiência de custódia na tarde de hoje. Já o corpo de Patrícia continua no IML de Nova Iguaçu.

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