Do alto, da esquerda para a direita: Marcos Aurélio Souza da Silva, conhecido como
Do alto, da esquerda para a direita: Marcos Aurélio Souza da Silva, conhecido como "Aranha", líder do tráfico no Morro do Cocô; José Carlos dos Prazeres Silva, o "Piranha", e Edgar Alves de Andrade, o "Doca", que dividem a liderança na comunidade São Simão; e André Egger Vieira, o "51", e Alexsandro da Silva Gonçalves, o "Café", chefes do tráfico nas favelas da Caixa Dágua, Sem Terra e Cação, em Itaguaí Montagem sobre divulgação
Por O Dia

Rio - Policiais da 55ª DP (Queimados) prenderam 32 pessoas e apreenderam oito adolescentes, nesta sexta-feira, em uma operação contra o tráfico de drogas na Baixada Fluminense. Com apoio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e de agentes de diversas unidades policiais, a ação ocorreu nos municípios de Queimados e Itaguaí. Contra todos neste grupo havia mandados de prisão e de busca e apreensão de adolescentes. Cinco pessoas foram presas em flagrante.

Segundo as investigações, os bandidos gostavam de ostentar armas, joias e carros de luxo nas redes sociais. Adolescentes também teriam postos de destaque na hierarquia do quadrilha. Ao todo, 300 agentes participaram da operação. O objetivo era cumprir 74 mandados de prisão contra acusados de envolvimento com o tráfico de drogas, além de 12 mandados de busca e apreensão de adolescentes. As investigações tiveram início em setembro de 2017, após a prisão em flagrante dos traficantes Samuel Peçanha Fonseca, conhecido como “Paulista”, e João Victor Couto Neves de Araújo, conhecido como “Di Gato”. Na ocasião, foram apreendidos com eles dois telefones celulares.

Com a quebra do sigilo de dados dos aparelhos, autorizada pela Justiça, revelaram-se trocas de mensagens entre “Paulista” e diversos outros integrantes de organizações criminosas das comunidades Morro do Cocô, São Simão e Caixa D’Água, todos em Queimados. Nas conversas, eles planejavam ações para o tráfico de entorpecentes, roubo de veículos e crimes de receptação.

Entre os denunciados estão Marcos Aurélio Souza da Silva, conhecido como “Aranha”; chefe do tráfico no Morro do Cocô; José Carlos dos Prazeres Silva, o “Piranha”; e Edgar Alves de Andrade, o "Doca", que dividem o comando do crime na comunidade São Simão. Além deles, estão André Egger Vieira, o “51”; e Alexsandro da Silva Gonçalves, o “Café”; respectivamente chefes da organização criminosa nas favelas da Caixa D’água, Sem Terra e Cação. Estas duas últimas comunidades fazem parte dos bairros Jardim Mar e Brisamar, em Itaguaí.

Na ação, também foram cumpridos 59 mandados de busca e apreensão. Nos endereços, os agentes também tinham o objetivo de encontrar novas evidências da ligação dos denunciados ao tráfico de drogas nas comunidades.

A operação foi batizada de Cananeu, nome que tem origem hebraica e que, segundo a Bíblia, teria sido uma das sete divisões étnicas ou nações expulsas pelos israelitas após o Êxodo. Cananeus eram os habitantes do reino antigo de Canaã, situado no Oriente Médio, correspondendo aproximadamente ao território de Israel nos dias de hoje.

Titular da 55ª DP, o delegado Vinícius Domingos elogiou a operação em conjunto e afirmou que o tráfico de Queimados é responsável pela maioria dos crimes contra o patrimônio, roubos e homicídios na região. "Um número grandioso desse [número de presos na operação] com certeza é uma resposta tanto da Polícia Civil quanto do MP. O nosso trabalho permitiu que proporcionássemos uma queda significativa desses crimes. Conseguimos tirar alguns chefes do tráfico de circulação", explicou Domingos, acrescentando que as facções criminosas do Rio são articuladas para "estender os tentáculos para as áreas de exclusão".

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