Rio - O enfermeiro Fladimir Terra da Costa, de 55 anos, foi preso pela Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) na tarde desta segunda-feira, na casa dele, na Taquara, Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, ele se passava por médico do trabalho e vendia atestados com valores que variavam entre R$ 50 e R$ 80 cada. Ele foi preso em flagrante quando os policiais se passaram por pacientes em busca de um atestado. Ele teria confessado a venda dos falsos documentos.
Ainda de acordo com a polícia, os documentos eram assinados por Fladimir, mas tinham carimbos e CRM de médicos. O enfermeiro atendia em casa, onde foram encontradas receitas médicas, atestados e carimbos de médicos. A especializada estava investigando a atuação de Fladimir há dois meses, após receberem denúncia. O enfermeiro trabalharia para duas empresas.
"A Decon seguirá com as investigações, e o autor responderá por exercício ilegal de profissão. Com o material apreendido, identificaremos os supostos pacientes que serão chamados para depor. Vamos intimar também os médicos que aparecem nos receituários e atestados", disse a delegada-titular da Decon, Daniela Terra.
No momento da prisão, Fladimir estava em casa com o companheiro, que foi levado como testemunha para a delegacia.
Durante o depoimento, Fladimir — que tem três passagens e três anotações criminais — confirmou que vendia os atestados para quem o procurava. Por semana, pelo menos 10 pessoas iam à casa do falso médico e compravam os documentos.
Durante a busca e apreensão, a polícia encontrou diversos carimbos e atestados em nome de pelo menos cinco profissionais. Entre os documentos, estava um carimbo no nome do médico do trabalho Iranildo Cabral da Costa, 72 anos.
A Decon chamou Costa para prestar depoimento. Na delegacia, o idoso negou conhecer Fladimir. A Polícia Civil descobriu que o médico do trabalho, que tem registro no Conselho Regional de Medicina (Cremerj), nunca teve passagens ou inquéritos na Justiça e descartou sua participação no esquema.
Também durante o depoimento, Fladimir contou que nunca conheceu o médico e que entrou na Internet para pegar o CRM de Costa e se passar por ele. o falso médico foi preso em flagrante e indiciado por estelionato. A Polícia Civil entrou em contato com outros médicos. que deverão prestar depoimentos ainda nesta semana. Se condenado pelo crime, Fladimir pode pegar mais de cinco anos de prisão.