Quem chegava com criança à UPA de Jardim Íris quinta-feira era avisado que só havia um pediatra - Fernanda Dias
Quem chegava com criança à UPA de Jardim Íris quinta-feira era avisado que só havia um pediatraFernanda Dias
Por GUSTAVO RIBEIRO

Há menos de quatro meses a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jardim Íris, em São João de Meriti, foi reinaugurada pela prefeitura, depois de ter ficado quase três anos fechada. A unidade foi reaberta com promessa de oferecer atendimento para até 500 pessoas por dia. Mas a baixa quantidade de médicos já vem causando superlotação e demora no atendimento.

Na manhã de quinta-feira, quem chegava ao local era informado que havia apenas um pediatra para atender a todas as crianças e dois clínicos gerais para adultos e idosos. Por conta da demora para conseguir consulta, que chegava a três horas, não havia espaço para todos os pacientes aguardarem na sala de espera e uma fila se formava pelo lado de fora por volta das 11h30.

A costureira Simone Pio, de 40 anos, disse que chegou com a filha, Jenifer, de 6, às 8h30 e só saiu três horas depois. A menina estava com dor de cabeça, febre e diarreia. "Só tem um pediatra e estamos saindo agora. Lá dentro está superlotado, muita gente em pé, esperando no calor. Algumas pessoas estão do lado de fora porque lá dentro não tem espaço para ficar. Essa situação é frequente. Vim com meu padastro na semana passada e estava da mesma forma", reclamou a moradora de Meriti. E recomendou a solução: "Tem que ter médico. Nós não temos médicos aqui na Baixada".

Outros acompanhantes de pacientes confirmaram que não era uma situação isolada. "Já vim aqui para ser atendida e esperei mais de duas horas. O problema é a falta de médicos. Toda hora está chegando gente e parece que a demora vai ser o dia todo", disse a contadora Cristiane de Lima, 39, que esperava o noivo ser atendido por mais de uma hora.

O amigo de outro paciente relatou que a demora na troca do plantão, de manhã, agrava a superlotação. "Os pacientes que vêm mais cedo acabam se acumulando com os que chegam entre 9h e 10h. Meu filho veio aqui na semana passada e demorou a ser atendido por isso", afirmou. O amigo dele chegou às 8h30 e foi atendido às 10h.

A prefeitura argumentou que não há déficit de profissionais e que a UPA segue o padrão do Ministério da Saúde. "A saúde de municípios vizinhos não está funcionando muito bem e sobrecarrega nossas unidades de emergência", justificou.

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