Imagem de câmera de segurança mostra um  dos bandidos circulando pelo terminal de cargas - Reprodução de vídeo
Imagem de câmera de segurança mostra um dos bandidos circulando pelo terminal de cargasReprodução de vídeo
Por ADRIANO ARAÚJO

Rio - Uma carga de mais de mil celulares Samsung Galaxy S9, recém-lançado no Brasil, avaliada em um milhão de dólares — R$ 3,4 milhões, foi roubada de dentro do terminal de cargas do Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, no último domingo. A denúncia é do coronel Venâncio Moura, diretor de segurança do Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário e Logística do Rio de Janeiro (Sindicarga), feita nesta quarta-feira, que relatou que bandidos da Favela Nova Holanda entraram armados, renderam funcionários que estavam no armazém da Gol e levaram os smartphones.

Toda a ação dos criminosos foi filmada pelo circuito de câmeras do terminal e começou por volta das 21h30. Segundo Moura, os assaltantes chegaram em um caminhão, com roupas parecidas com as dos funcionários do local e estavam armados com pistolas. Eles renderam os trabalhadores, fizeram ameaças e já pareciam saber o que buscavam no local.

"Já foram na certa, estavam com informação privilegiada. A Delegacia de Roubos e Furtos de Carga (DRFC) está investigando a possível participação de algum funcionário de dentro do terminal de cargas", disse o coronel. Além dos celulares, os assaltantes também levaram TVs de LED, medicamentos e câmeras GoPro.

Todos os aparelhos possuem rastreadores e com isso foi possível constatar que o material foi levado para a Favela Nova Holanda, no Complexo do Maré. Entretanto, o diretor de segurança disse que nem a PM (22º BPM) e nem a Polícia Civil (DRFC) não fizeram operação para recuperar os celulares porque "os blindados estão quebrados". "A polícia não teve estrutura para entrar no local", disse.

Prejuízo com roubos de mais de R$ 5 milhões em uma semana

De acordo com o diretor do Sindicarga, esse é o segundo roubo em sete dias. Na semana passada, uma caminhão que saía do terminal transportando aparelhos da Apple foi roubado por criminosos. Todo o material era avaliado em R$ 2 milhões. 

"Somando estes dois roubos, são mais de R$ 5 milhões em aparelhos levados pelos criminosos. Já se sabe que o da Apple foi para lá também (Nova Holanda). O caminhão inclusive ainda está lá", disse Moura. 

De acordo com o coronel, o empresário responsável pela carga de aparelhos da Samsung já sofreu quatro roubo de produtos, acumulando um prejuízo de quase R$ 10 milhões. "Ele já decidiu que não traz mais mercadorias para o Rio", contou.

Valiosa para os consumidores que fizeram a pré-venda, iniciada em 28 de março, esta era a primeira remessa do aparelho Galaxy S9 que chegaria ao Rio. O celular está em média R$ 3.800, mas no site da companhia o modelo sai a R$ 4.299. "Não tem no estoque, quem fez a encomenda via esperar", falou o diretor do Sindicarga, acrescentando que, mesmo com todas as precauções, o dono da carga não conseguiu evitar o roubo. 

"O empresário se cercou de todos os cuidados, trouxe a carga de avião do Espírito Santo para o Rio, contratou um caminhão blindado para o transporte. Ainda assim acontece isso", concluiu.

O caso foi inicialmente registrado na Delegacia de Atendimento Policial do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Dairj), mas o diretor do Sindicarga disse que a DRFC já ouviu funcionários do terminal e analisa imagens das câmeras que flagraram a ação dos criminosos para identificá-los.

Em nota, o consórcio RiOGaleão disse "está à disposição para apoiar as investigações dos órgãos responsáveis sobre o assalto ocorrido no último domingo (15/04), às 21h40, no terminal de cargas destinado às companhias aéreas nacionais".

Segundo a Polícia Militar, o 22ºBPM (Maré) foi informado sobre a possível localização da carga roubada na noite de segunda-feira e o acionamento não foi feito pela Central 190. "Foi avaliado que não se tratava de uma emergência, já que a carga foi roubada no dia anterior, e este tipo de ação noturna demanda planejamento prévio que considere a segurança de moradores e policiais militares e os protocolos estabelecidos em decisão da 6ª Vara de Fazenda Pública de Comarca da Capital", explicou em nota.

A Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre o caso.

 

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