Por MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - Oito pessoas foram presas numa operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE), na manhã desta quinta-feira. Denominada de Negócios Paralelos, a ação pretende desarticular uma milícia que atua em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio; em Itaguaí e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. 

Ao todo, agentes tinham o objetivo de cumprir 22 mandados de prisão (cumpriram 13, cinco deles na cadeia) e 29 de busca e apreensão na localidade Jesuítas, em Santa Cruz, e nas regiões do KM 32, Cabuçu e Aliança, em Nova Iguaçu. Segundo informações de policiais, o bando de Santa Cruz expandiu seus negócios em 2016 para a Baixada Fluminense.

Três dos 22 que tinham a prisão decretada morreram em confronto com os policiais civis no início deste mês, durante ação no Sítio Três Irmãos, em Santa Cruz, onde mais de 160 pessoas foram presas durante uma festa. O grupo é acusado de integrar o bando de paramilitares. Os mortos são Anderson Santos, o Cheetos; Márcio Martins, o Tui; e Felipe Oliveira, o Cumbaca.

De acordo com as investigações, os três atuavam como seguranças de Danilo Dias Lima, o Tandera, um dos chefes da milícia e alvos da operação desta quinta-feira. Eles tinham mandados de prisão preventiva decretados a partir de informações reunidas em investigações da Draco.

Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Santa Cruz e pela 1ª Vara Criminal de Nova Iguaçu. As investigações da Draco/IE começaram em junho de 2017, a partir de uma diligência realizada na comunidade KM 32, em Nova Iguaçu, em que milicianos atacaram a tiros os policiais.

Foram apreendidos no local 15 veículos com placas clonadas e quatro armas, além de radiotransmissores e coletes balísticos utilizados pelos criminosos. De acordo com a especializada, a organização criminosa é chefiada por Tandera e tem como principais fontes de renda a exploração de comerciantes, através da cobrança da 'taxa de segurança', monopólio da distribuição de cigarros contrabandeados, exploração da distribuição clandestina de TV a cabo e comercialização de botijões de gás.

A operação da Draco tem apoio de agentes da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Segurança, da Delegacia de Homicídios da Capital (DH/Capital), da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.

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