O Rio Esports Forum, evento sobre jogos eletrônicos, foi realizado no Hotel Hilton, da Barra da Tijuca - Divulgação
O Rio Esports Forum, evento sobre jogos eletrônicos, foi realizado no Hotel Hilton, da Barra da TijucaDivulgação
Por O Dia

Rio - O presidente da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), Paulo Márcio Dias Mello, participou nesta quinta-feira do ‘Rio Esports Forum’, evento sobre jogos eletrônicos realizado no Hotel Hilton da Barra da Tijuca. A autarquia, vinculada ao Ministério do Esporte, é responsável pela gestão do Velódromo, Arenas 1 e 2, e Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra (POB), no Rio de Janeiro.

Durante o fórum, Dias Mello anunciou que está abrindo o calendário das arenas para receber eventos e competições da nova modalidade esportiva. Mas, segundo ele, a iniciativa depende da provocação dos organizadores de campeonatos de games.

“A gente tem observado a evolução disso tudo no Brasil através, inclusive, da regulamentação no Congresso Nacional. E é de extrema importância para o país, na medida em que representamos o terceiro mercado no ranking mundial. Nada mais natural do que fazermos parceria com os envolvidos no segmento e trazermos essas competições para dentro das arenas do legado olímpico. A gente até está negociando o retorno do Game XP para o Parque em setembro deste ano, além de outros eventos de jogos eletrônicos”, antecipou o presidente da AGLO ao lembrar, ainda, que a autarquia já recebeu o evento durante o Rock in Rio, no ano passado.

Dias Mello ainda destacou que, durante os shows ocorridos na Cidade do Rock em 2017, cerca de 300 mil pessoas circularam nas arenas para acompanhar o XP; o que reforça o interesse do mercado brasileiro na modalidade.

“A gente tem que dar um primeiro passo. E estamos fazendo nossa parte na medida em que fomentamos a atividade esportiva e recebemos agendas dessa natureza”, defendeu o presidente.

O Rio Esports Forum visa debater as atividades eletrônicas de games, o mercado de entretenimento e competições digitais e é de iniciativa da Federação do Estado do Rio de Janeiro de Esporte Eletrônico (FERJEE), em parceria com um grande escritório de advocacia da capital fluminense, especializado em direito digital. A organizadora do evento e advogada especialista em direito desportivo, Luciana Lopes da Costa, destacou que o fórum ocorre em um “momento de pleno aquecimento” e desenvolvimento do mercado de games.

“A gente tem que fazer esse bate-papo para entender o ecossistema e sairmos juntos daqui, cada um com suas ideias. Tudo para ajudar o Rio a se tornar um polo de desenvolvimento eletrônico, como já acontece com outras modalidades esportivas”, explicou a jurista.

Também marcou presença no fórum o presidente da FERJEE, Paulo Roberto Ribas, que avaliou a ocasião como uma oportunidade para ouvir dos participantes o papel desempenhado por cada profissional no “grande movimento do esporte eletrônico no Brasil”. Segundo Ribas, o projeto da federação é contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento do esporte de base.

“Nós queremos ajudar especialmente aquele garoto que não tem condições de competir, mas pode ser integrante de uma dessas grandes equipes de games”, destacou ele, ao ser endossado pelo vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco Antônio La Porta.

“O esporte está em crescimento entre os jovens brasileiros. A questão tem avançado tanto, que inclusive já existe um processo dentro do Comitê Olímpico Internacional para reconhecimento da modalidade. E nada melhor do que o surgimento de novos esportes olímpicos, a exemplo do que ocorreu com o skate e o surf”, completou La Porta, colocando o COB à disposição dos jogadores.

Ainda estiveram presentes no evento os curadores Filipe Alves Rodrigues e Guilherme Barbosa; além do secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, André Luiz Argollo Ribeiro; do diretor Departamento de Esportes de Base e Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Raimundo Neto; do secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Ricardo de Brito; e do presidente da Confederação Brasileira de Esportes Eletrônicos (CBEE), Celso Sansivieiro.

 O crescimento do mercado nacional em números 

O presidente da AGLO aproveitou a ocasião para dizer ao público do fórum – entre eles, desenvolvedores de jogos eletrônicos - que vai realizar nos próximos meses um hackathon com objetivo de escolher profissionais para elaborarem o projeto digital do novo Museu Nacional do Esporte, cuja estrutura deve ser montada dentro do Velódromo do POB.

“Eu soube que as empresas desenvolvedoras de projetos eletrônicos atuam mais com foco em entretenimento e educação. Nós temos que tirar proveito dessa turma para ‘jogar’ a nosso favor nesse projeto do museu”, finalizou Dias Mello.

Segundo uma pesquisa realizada entre junho e julho de 2017, e de iniciativa do Ministério da Cultura em parceria com a Abragames e a Big Festival, até o meio do ano passado foram identificadas 151 empresas independentes de jogos digitais na indústria brasileira. Um mercado que movimenta cerca de R$125 bi no Brasil por ano. O faturamento mundial em 2017 chegou a U$$116 bi, e a expectativa é de que em 2020 ultrapasse os U$$144 bi.

No meio digital brasileiro circulam 67.5 milhões de games para 9.9 milhões de espectadores. E todos esses fãs estão com os olhos voltados para 7.8 milhões de jogadores de esports. Ainda sobre o mercado eletrônico, a maioria das empresas está nas regiões Sudeste e Sul (aproximadamente 78%), sendo que 50% já passaram dos três anos de existência, e mais de 70% delas têm até cinco colaboradores. Cerca de 90% dessas mesmas empresas faturam até R$1 milhão por ano. A maioria, com foco em jogos para plataformas mobile e PC; distribuídos para os dois principais canais de distribuição: Google Play e o Apple Store.

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