Lúcio Mauro Filho no velório do ator Agildo Ribeiro  - Anderson Borde / Agnews
Lúcio Mauro Filho no velório do ator Agildo Ribeiro Anderson Borde / Agnews
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O corpo do humorista Agildo Ribeiro foi velado no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio, na manhã deste domingo. O público pode se despedir do ator até às 14h, quando começou uma cerimônia restrita à família. O veterano morreu aos 86 anos em decorrência de problemas cardíacos, neste sábado. 

O ator Lúcio Mauro Filho lamentou a perda do amigo e disse que Agildo era um "segundo pai". "Eu perdi o tio Agildo. Ele era mais que um amigo. Agildo teve o privilégio de receber um filho aos 80 anos. Eu muitas vezes fiz o papel de filho", disse o ator, se referindo a Marcelo, filho que o humorista só descobriu aos 81 anos.

Velório do comediante Agildo Ribeiro no Memorial do Carmo Zona Norte do Rio, Marcelo Galvão [ filho ] não quis falar com a Imprensa Rio, ,Foto Severino Silva Agencia O Dia - Severino Silva

"Tivemos uma relação de admiração e parceria. Vou lembrar dele pelo sorriso. Quando ele morreu, fui procurar fotos antigas e só o encontrei sorrindo. Papai e ele eram muito amigos. O Agildo é uma marca na minha vida, na comédia e no humor. Era o meu segundo pai", completou Lúcio Mauro Filho.

Motorista de Agildo há 40 anos, Aécio Estrella contou que o humorista iria passar por uma cirurgia cardíaca na próxima quarta-feira. "Eu era motorista, secretário, faz tudo. Eu tomava conta da vida dele, até senha do banco eu tinha. Agildo era uma pessoa muito divertida e adorava imitar as pessoas. Sexta-feira passei o dia inteiro com ele. Vou sentir muita falta do meu amigo".

Aécio também relembrou momentos engraçados que passou com o amigo. "Lembro que uma vez estávamos em um carro e ele começou a imitar uma velha. Ela percebeu, não gostou e partiu para cima do carro com a bengala. Agildo começou a rir e perguntou o que estava acontecendo. Muitas vezes a gente passava pela Lei Seca e, pela minha idade, eu era parado. Quando os agentes viam o Agildo, pediam fotos e autógrafos. Depois ele sempre falava 'não posso dirigir, senão ia perder a minha carteira sempre. Adoro o meu uísque".

O cartunista Jaguar no velório de Agildo Ribeiro - Severino Silva

O ator Antônio Pedro também se despediu do veterano. "Eu, ele, Hugo Carvana e Miele iríamos fazer o 'Saideira', do Canal Brasil. Agora só ficou eu. Havia uma amizade muito grande entre a gente. Agildo fazia as nossas noites alegres. A irreverência era a marca dele". 

Para Leleco Barbosa, filho de Chacrinha, Agildo Ribeiro era quem melhor imitava o Velho Guerreiro. "Ele e meu pai tinham uma amizade muito grande. Agildo foi o único que conseguiu imitar meu pai bem. Vai fazer a alegria do povo lá de cima". 

O cartunista Jaguar conheceu Agildo Ribeiro no colégio e formou um grupo de teatro com o ator na adolescência. "Está sendo muito difícil. Nos conhecemos há 50 anos no colégio, quando tínhamos 15 anos. Tivemos uma convivência por muitos anos. Eu, ele e a Clarissa Ramos, filha de Graciliano Ramos, criamos um grupo teatral no colégio e ensaiamos a peça 'A Primavera'. Foi uma coisa horrorosa. Como era canastrão, abandonei aquilo. A Clarissa ramos virou ótima escritora e o Agildo seguiu a brilhante carreia", afirmou. 

"Anos mais tarde nos encontramos em Itaipava. Aos sábados, no víamos para tomar as 'cana'. Ele virou um show ambulante. Ele sofreu um grande baque quando perdeu a Didi, esposa amada. o Agildo era uma festa ambulante, um piadista", completou. 

 

 

 

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